terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Música ajuda no processo da cirurgia

Seu uso terapêutico reduz a sensação dolorosa, melhora a recuperação e acaba com a ansiedade antes da operação.

A musicoterapia é capaz de beneficiar pacientes antes, durante e depois de procedimentos cirúrgicos, diminuindo a angústia, a percepção da dor, a quantidade de anestésicos usados e o tempo de restabelecimento. A confirmação vem da Universidade de Kentucky, nos Estados Unidos. De acordo com o estudo, as canções devem ser escolhidas por profissionais especializados. Mas o gosto de quem vai ser operado precisa ser levado em conta. A musicoterapeuta Maristela Smith, das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), em São Paulo, explica que a chave está na produção da endorfina, que alivia a tensão e a dor. "Há o relaxamento muscular e, ao mesmo tempo, o uso da imaginação com base na identidade sonora que formamos desde a fase intrauterina", diz Maristela. A seleção ideal é feita em sessões nas quais, além de ouvir música, o paciente pode cantar e tocar instrumentos.

Fonte: Revista saúde - editora abril 

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Candidíase: tire suas dúvidas

Descubra as causas e sintomas da candidíase, um problema que atinge 75% da população feminina, e veja como se proteger;

Basta a temperatura subir para essa infecção, que causa tanto incômodo nas mulheres, surgir. Isso porque o calor e a umidade (além do biquíni molhado) - típicos no verão - criam um ambiente favorável ao seu aparecimento. Os ginecologistas Marcello Valle, da Clínica Origen, no Rio de Janeiro, e Afonso Nazário, do Hospital Bandeirantes, em São Paulo, explicam como se proteger do problema que afeta 75% da população feminina pelo menos uma vez na vida

Qual é a causa do problema?


O grande responsável é o fungo Candida albicans, naturalmente presente na flora vaginal. Em desequilíbrio, ele provoca sintomas desagradáveis como corrimento esbranquiçado, vermelhidão, coceira, queimação e inchaço na vulva.


Em que situação é mais comum aparecer?


Em caso de queda na imunidade (causada por stress ou gripe), umidade na vagina (por causa do calor e da temperatura ambiente e do uso prolongado de biquíni molhado, por exemplo) e durante a alteração hormonal típica da menstruação - todos esses fatores facilitam a multiplicação dos fungos. A doença também pode ser adquirida por meio do contato sexual, quando o parceiro está contaminado.


Quem está mais propensa?


Mulheres grávidas ou que usam pílulas anticoncepcionais (o estrogênio facilita o aparecimento dos fungos), as que estão tomando antibióticos por um período longo (esse tipo de medicamento mata também as bactérias protetoras) ou que sofram de diabetes (a doença baixa a imunidade do organismo e altera o pH genital, favorecendo o problema).


Qual é o tratamento?


Recomenda-se o uso de fungicidas na forma de creme vaginal ou óvulo e de comprimidos via oral, que tanto a mulher como o homem devem tomar. Nesse período, não é recomendável manter relações sexuais.


É possível prevenir?


Alguns cuidados são essenciais: tirar o biquíni molhado e a roupa suada da academia o quanto antes, deixar as peças íntimas secarem em lugar ventilado (e não no boxe do banheiro), trocar regularmente o absorvente interno durante a menstruação, evitar o uso de protetores diários de calcinha (eles abafam a região, deixando-a mais úmida), vestir roupas e lingerie de algodão ou outro tecido que favorece a transpiração, dormir sem calcinha (para arejar), preferir saias e vestidos em vez de calças e roupas apertadas durante o verão.


E se eu tiver candidíase no meio de uma viagem?


Recorra a banhos de assento por dez minutos, em dias alternados. Misture uma colher de sopa de bicarbonato de sódio para cada litro de água morna (fervida previamente) - o líquido deixa a vagina mais alcalina, criando um ambiente hostil para os fungos. Se você é do tipo que sempre é pega pela candidíase, peça ao seu médico uma receita para levar na viagem ou já coloque o medicamento no nécessaire.


A alimentação também pode ajudar?


Sim. Os probióticos, nutrientes contidos nos iogurtes e leites fermentados, são bons aliados contra fungos, vírus e bactérias. O ácido caprílico do coco também é um potente antifúngico, assim como os óleos ricos em ômega 3 e 6. O alho idem - ele deve ser consumido cru ou em suplementos. É bom evitar doces: o açúcar refinado serve de alimento para os fungos proliferarem.


Há risco de a candidíase evoluir para algo grave?


Não. Mas ela pode favorecer infecções secundárias na própria vagina ou se tornar um quadro crônico recorrente, que, embora não seja sério, é bastante incômodo. Quem vire e mexe apresenta esse problema deve procurar um médico para investigar se há alguma ligação com outra doença, como diabetes. 

Fonte: Revista saúde - editora abril

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Quais são as vantagens do sushi?

Aprenda a fazer um sushi saboroso e conheça dicas de etiqueta à mesa oriental.


História 
A especialidade da terra do sol nascente tem cerca de 300 anos de idade. Tudo começou por acaso: como não existia geladeira, o peixe era embrulhado numa camada de arroz para durar por mais tempo. O grão branco fermentava e não permitia que o pescado apodrecesse. Depois, o vinagre de arroz passou a fazer parte da preparação. O sushi, em seu formato atual, foi inventado pelo cozinheiro Hanaya Yohei (1799-1858) e era feito em banquinhas espalhadas pelas ruas de Edo, a atual Tóquio. No Brasil, já existiam alguns restaurantes típicos na década de 1920.


Você sabia?
16.800 sushis são preparados por hora na cidade de São Paulo.

 
 
 
 
Saiba como montar:

 



Coloque uma folha de alga sobre a esteira de bambu. Espalhe o arroz, que é mais empapado que o brasileiro, por toda a superfície do ingrediente verde-brilhoso. O ideal é que a camada tenha 1 centímetro de altura. Deixe a faixa direita da alga sem cobertura. No centro, cave um buraco, mas não muito fundo. Nesse fosso, coloque os ingredientes que formarão o recheio. Vale o peixe cru - pode ser salmão, atum ou cavala - e vegetais, como o pepino e a clássica cebolinha.

1. Preenchimento

Coloque uma folha de alga sobre a esteira de bambu. Espalhe o arroz, que é mais empapado que o brasileiro, por toda a superfície do ingrediente verde-brilhoso. O ideal é que a camada tenha 1 centímetro de altura. Deixe a faixa direita da alga sem cobertura. No centro, cave um buraco, mas não muito fundo. Nesse fosso, coloque os ingredientes que formarão o recheio. Vale o peixe cru - pode ser salmão, atum ou cavala - e vegetais, como o pepino e a clássica cebolinha.

Enrole a alga com a ajuda da esteira. Pressione o conteúdo com firmeza. Só tome cuidado para não apertar demais: o arroz pode sair pelas beiradas. Umedeça a área vazia e cole-a ao restante do cilindro.

2. Sem perder a ternura

Enrole a alga com a ajuda da esteira. Pressione o conteúdo com firmeza. Só tome cuidado para não apertar demais: o arroz pode sair pelas beiradas. Umedeça a área vazia e cole-a ao restante do cilindro.

 Corte os pedaços em tamanhos regulares. Eles devem ser ingeridos em uma bocada só.

3. Facadas precisas

Corte os pedaços em tamanhos regulares. Eles devem ser ingeridos em uma bocada só.

 Os bolinhos nipônicos são tradicionalmente servidos em número ímpar - os pares aparecem só em ocasiões fúnebres. Os sushis precisam vir acompanhados de shoyu, gengibre e, eventualmente, wasabi.

4. Gosto de cultura

Os bolinhos nipônicos são tradicionalmente servidos em número ímpar - os pares aparecem só em ocasiões fúnebres. Os sushis precisam vir acompanhados de shoyu, gengibre e, eventualmente, wasabi.



Versão prensada e seca, é composta de proteínas e carboidratos. Possui poucas fibras e nada de gordura. 

Alga

Versão prensada e seca, é composta de proteínas e carboidratos. Possui poucas fibras e nada de gordura.

 Tem vinagre, açúcar, sal e glutamato monossódico. É prejudicial se ingerido em quantidades enormes.

Arroz

Tem vinagre, açúcar, sal e glutamato monossódico. É prejudicial se ingerido em quantidades enormes.

Suas proteínas são poderosas. Comido cru, mantém intacta uma série de gorduras boas e minerais.

Peixe

Suas proteínas são poderosas. Comido cru, mantém intacta uma série de gorduras boas e minerais.

Elas guardam diversos nutrientes. O pepino é composto de 95% de água e tem ação diurética.

Hortaliças

Elas guardam diversos nutrientes. O pepino é composto de 95% de água e tem ação diurética.
 O molho de soja é rico em sódio. Uma colher de sopa já tem 800 mg do mineral, ou 40% da recomendação diária.

Shoyu

O molho de soja é rico em sódio. Uma colher de sopa já tem 800 mg do mineral, ou 40% da recomendação diária.

Comido em fatias finas e firmes, seus óleos têm ação anti-inflamatória e antioxidante.

Gengibre

Comido em fatias finas e firmes, seus óleos têm ação anti-inflamatória e antioxidante.

 Pasta de raiz-forte, serve para matar algumas bactérias do peixe e ajuda na digestão.

Wasabi

Pasta de raiz-forte, serve para matar algumas bactérias do peixe e ajuda na digestão.

 As versões brasileiras contam com itens nada comuns, como manga, banana e até goiaba. Pode?!

Invenção nacional

As versões brasileiras contam com itens nada comuns, como manga, banana e até goiaba. Pode?!

 
 O arroz fica do lado de fora e a alga na parte de dentro. A camada externa conta com gergelim, oleaginosa rica em magnésio.

Uramaki

O arroz fica do lado de fora e a alga na parte de dentro. A camada externa conta com gergelim, oleaginosa rica em magnésio.

 O bolinho é o mais fino que existe. O arroz fica bem prensado. Leva pepino, atum e picles, uma beleza para a saúde.

Hossomaki

O bolinho é o mais fino que existe. O arroz fica bem prensado. Leva pepino, atum e picles, uma beleza para a saúde.

 Tem formato cilíndrico e é de maior circunferência, sendo o mais servido em restaurantes japoneses.

utomaki

Tem formato cilíndrico e é de maior circunferência, sendo o mais servido em restaurantes japoneses.
 Esse tipo não possui a capa de alga. O peixe é prensado ao arroz. Para juntar os dois itens, usa-se o wasabi.

Nigiri

Esse tipo não possui a capa de alga. O peixe é prensado ao arroz. Para juntar os dois itens, usa-se o wasabi.

 O cone facilita nas refeições rápidas, com os dedos. Cuidado com os recheios gordurosos, como o creme de queijo.

Temaki

O cone facilita nas refeições rápidas, com os dedos. Cuidado com os recheios gordurosos, como o creme de queijo.

 Criado nos Estados Unidos, leva abacate, manga, maionese e gergelim. Um dos tipos mais calóricos.

Califórnia

Criado nos Estados Unidos, leva abacate, manga, maionese e gergelim. Um dos tipos mais calóricos.

 Versão empanada e frita, tem altas taxas de gordura e sempre fica de fora das mesas mais saudáveis e tradicionais.

Hot roll

Versão empanada e frita, tem altas taxas de gordura e sempre fica de fora das mesas mais saudáveis e tradicionais.

 Ele é feito com carnes de peixes e frutos do mar, como salmão, atum, lula, camarão e polvo. Os molhos e temperos típicos - shoyu, gengibre e wasabi - fazem parte do preparado. As fatias finas, macias e cruas são cheias de substâncias saudáveis, como o ômega-3, o selênio e as vitaminas A e D.

E o sashimi?

Ele é feito com carnes de peixes e frutos do mar, como salmão, atum, lula, camarão e polvo. Os molhos e temperos típicos - shoyu, gengibre e wasabi - fazem parte do preparado. As fatias finas, macias e cruas são cheias de substâncias saudáveis, como o ômega-3, o selênio e as vitaminas A e D.
 O mais comum é acompanhar os bolinhos de peixe cru com chá-verde, bebida preferida da maioria dos japoneses. A infusão, diga-se, é ótima para resguardar a memória e perder peso, mostram pesquisas recentes. É aceitável também pedir cerveja leve, típica do Oriente, ou água mineral. Mas… não é recomendado tomar saquê, bebida fermentada de arroz, junto com o sushi! Isso porque ambos são feitos com o cereal branco. Para outras receitas, o drinque está liberado.

O que beber

O mais comum é acompanhar os bolinhos de peixe cru com chá-verde, bebida preferida da maioria dos japoneses. A infusão, diga-se, é ótima para resguardar a memória e perder peso, mostram pesquisas recentes. É aceitável também pedir cerveja leve, típica do Oriente, ou água mineral. Mas… não é recomendado tomar saquê, bebida fermentada de arroz, junto com o sushi! Isso porque ambos são feitos com o cereal branco. Para outras receitas, o drinque está liberado.

 
 O sushi pode ser comido com o hashi, os pauzinhos, ou com a mão. O shoyu deve molhar apenas o peixe e nunca tocar o arroz.

Duas maneiras

O sushi pode ser comido com o hashi, os pauzinhos, ou com a mão. O shoyu deve molhar apenas o peixe e nunca tocar o arroz.

A iguaria é levada à boca com o pescado virado para baixo, no sentido da língua. A ideia é sentir o gosto da carne antes do sabor do arroz e da alga.

Papilas agradecem

A iguaria é levada à boca com o pescado virado para baixo, no sentido da língua. A ideia é sentir o gosto da carne antes do sabor do arroz e da alga.

 O gengibre serve para limpar o paladar entre um prato e outro. A raiz bege não pode estar mole e, sim, com aspecto rígido. O wasabi, pasta ardida feita de uma planta japonesa, deveria ser colocado entre o arroz e o sushi, ainda na montagem.

Nos intervalos

O gengibre serve para limpar o paladar entre um prato e outro. A raiz bege não pode estar mole e, sim, com aspecto rígido. O wasabi, pasta ardida feita de uma planta japonesa, deveria ser colocado entre o arroz e o sushi, ainda na montagem.

 O hashi é mantido paralelo quando não estiver em uso. Nada de espetá-lo no arroz: a ação é muito ofensiva e remete a velórios.

Uso dos talheres

O hashi é mantido paralelo quando não estiver em uso. Nada de espetá-lo no arroz: a ação é muito ofensiva e remete a velórios.

Fonte: Revista saúde - editora abril

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Chia: além do emagrecimento

A semente andina de uso milenar caiu nas graças dos brasileiros por causa do efeito seca-barriga. Mas ela tem talento para muito, muito mais...

Quando desembarcou no Brasil, há pouco mais de um ano, a chia não demorou a entrar na lista de compras dos interessados em perder peso. Nada mais compreensível. Como uma de suas principais características é virar uma espécie de gel ao entrar em contato com a água, ela dá uma baita saciedade, evitando ataques desenfreados de gula ao longo do dia. Só que os benefícios do pequeno grão - consumido por civilizações pré-colombianas há milhares de anos - não ficam restritos ao emagrecimento. Pelo menos é o que a ciência tem revelado.

Em estudo recente da Universidade de Queensland, na Austrália, a semente mostra por que merece aplausos em outros âmbitos. Em um primeiro momento, ratos foram alimentados com bastante gordura e carboidrato. Depois, os cientistas acrescentaram chia na dieta deles durante oito semanas. Ao final da intervenção, ficou claro que a inclusão da semente melhorou a sensibilidade dos bichos à insulina. "Isso significa que o hormônio foi mais eficiente na hora de encaminhar a glicose aos tecidos, processo necessário para a geração de energia", explica Lindsay Brown, uma das autoras da investigação. No caso dos portadores de diabete, que ralam para manter o açúcar que passeia pelo sangue em níveis adequados, o efeito é pra lá de bem-vindo, já que representa um maior controle da doença.

O resultado também deve ser encarado com empolgação por pessoas com sobrepeso. É que a maioria já apresenta resistência à ação da insulina. "Daí sobem os riscos de diabete e complicações cardiovasculares", conta a nutricionista Carolina Chica, da Unidade de Doenças Cardiovasculares da Pontifícia Universidade Católica do Chile. Tem mais: na pesquisa, a chia livrou o fígado de adiposidade. "Esse quadro, conhecido como esteatose hepática, pode culminar em danos permanentes no órgão", informa a nutricionista chilena.

A enxurrada de benefícios parece ter um denominador comum, que atende pelo nome de ácido alfalinolênico - ou ALA, para simplificar. Trata-se de uma fração do ômega-3, gordura poli-insaturada encontrada aos montes na chia. Seu trunfo: combater a inflamação detectada no corpo devido à obesidade e que prejudica órgãos como coração, fígado, cérebro... "Acontece que esse ácido graxo ajuda a reduzir a produção de uma enzima chamada SCD1. Quando isso ocorre, há menor liberação de substâncias inflamatórias no organismo", esclarece a nutricionista Sandra Soares Melo, da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), em Santa Catarina.

Gordura na cintura? Perigo!
O peso excedente, vale ressaltar, é um dos principais culpados pela síndrome metabólica, que contribui para piripaques cardiovasculares, a exemplo de infarto e derrame. "A tal síndrome é diagnosticada quando o paciente apresenta concentração de gordura abdominal e pelo menos mais dois fatores de risco, como glicose e triglicérides elevados, entre outros", descreve a endocrinologista Cíntia Cercato, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, em São Paulo. Ainda bem que a semente de chia, com seu ácido graxo anti-inflamatório, protege contra todo esse chabu.

A comprovação vem da Universidade Nacional Autônoma do México. Inicialmente, os cientistas pediram a voluntários com aquele combo de problemas que deixassem de consumir 500 calorias no seu dia a dia. Duas semanas depois, dividiram o pessoal em duas turmas. Enquanto uma ingeriu uma bebida à base de proteína de soja, aveia e chia, a outra recebeu uma mistura inócua. Em dois meses, todo mundo apareceu no laboratório com a barriga mais enxuta. Mas só o grupo que tomou o líquido com a semente viu fatores intimamente associados ao mal perderem força. "O mais interessante é que as duas turmas emagreceram igualmente, o que nos leva a concluir que a bebida foi, de fato, a grande responsável pela melhora da síndrome", reflete Cíntia.

Aproveitando que o assunto aqui gira em torno do coração, não dá para esquecer que o ômega-3 da chia ainda favorece a redução da pressão arterial. "Na prática, ele diminui a formação de tromboxano, uma molécula que estimula o aperto dos vasos. Por outro lado, aumenta a síntese de prostaciclinas, que são vasodilatadoras", ensina a nutricionista Anna Carolina Di Creddo Alves, do Instituto do Coração, na capital paulista. Sem falar que esse tipo gorduroso evita a oxidação do colesterol LDL, processo que o torna um verdadeiro vilão para o peito - afinal, é nesse formato que a molécula propicia o desenvolvimento de placas nas artérias.

Não vá pensando que a semente é indicada só para quem está com a saúde desajustada. Lá atrás, quando maias e astecas se deliciavam com o alimento, a intenção era aperfeiçoar a resistência física. Hoje, estudiosos da Universidade do Alabama, nos Estados Unidos, sabem que a estratégia funciona. Por um período, antes de provas longas, eles deram isotônico a seis atletas amadores. Depois, os voluntários tomaram uma mistura desse líquido com uma bebida à base de chia. Após cada intervenção, os rapazes correram por uma hora na esteira e mais 10 quilômetros em uma trilha. Acabada o suadeira, a surpresa: "Concluímos que o ômega-3 do grão melhora o rendimento dos atletas na mesma medida que o carboidrato do isotônico", revela Travis Illian, autor do projeto.

Para o cientista, a principal vantagem da descoberta é oferecer aos esportistas um substituto à altura para os tradicionais isotônicos, cheios de açúcar. Mas, se você não pretende participar de uma maratona, uma boa pedida é usar a farinha ou grão de chia duas horas depois dos exercícios. Assim, dá para aproveitar as fibras solúveis que a semente esbanja. "Essas substâncias retêm água, o que prolonga a hidratação e a presença de minerais no organismo", explica a nutricionista Paula Crook, da PB Consultoria em Nutrição, em São Paulo.

Foi justamente nessas versões, ou seja, semente e farinha, que a nutricionista Sandra Soares Melo, da Univali, levou o alimento andino para o laboratório. O objetivo era comparar a ação de ambas as variedades em temperatura ambiente e aquecidas. "Vimos que, por causa das fibras, todos os tratamentos estimularam o trânsito intestinal nos animais analisados", conta.

Contudo, quando a pesquisadora e seus alunos avaliaram o estresse oxidativo - fator relacionado a doenças como diabete e câncer -, ficou evidente que ele só foi amenizado quando as cobaias ingeriram o farelo que não passou pelo fogo. "Ele não apresenta gordura como a semente. E a substância é a principal a sofrer oxidação. Esse processo também é facilitado quando a temperatura está elevada", justifica Sandra. Logo, se a ideia é barrar o estresse oxidativo, já sabe: a farinha ao natural é a melhor opção.

Agora, se estiver de olho em uma ação mais global a favor do funcionamento do corpo, as sementes saem na frente. Basta consumir duas colheres de sopa todos os dias. Só duas mesmo. "Como a chia tem muitas fibras, pode dificultar a absorção de alguns minerais, além de desregular o intestino se não houver consumo adequado de água", frisa o nutricionista José Aroldo, diretor da Nutmed, no Rio de Janeiro. Seguindo essa recomendação, certamente você terá tantos motivos quanto as civilizações antigas para idolatrar a semente de chia.


Se a intenção é perder peso...
Seu principal objetivo com a chia é mesmo afinar a cintura? Então faça o seguinte: deixe a semente na água por pelo menos 40 minutos. Quando a mistura se transformar em um gel, adicione suco de uva sem açúcar para obter uma espécie de sagu. "Consuma no café da manhã ou no lanche do final da tarde. Dessa maneira, você evita abusos nas principais refeições do dia", aconselha a nutricionista funcional Vanderlí Marchiori, de São Paulo.


Fonte: Revista saúde - Editora Abril