segunda-feira, 29 de abril de 2013

Meningite: esclareça as principais dúvidas sobre a doença

A meningite faz vítimas todos os anos, saiba um pouco mais sobre a doença e previna-se.


A meningite já matou milhares de pessoas em todo o mundo. Desde o século XIX a doença provoca epidemias perigosíssimas. Mas com a descoberta das vacinas e outras maneiras de prevenção, o mal vem diminuindo. No entanto, por contar com a transmissão pelo ar, o importante é ficar sempre alerta, pois a taxa de mortalidade ainda continua sendo muito alta.

Segundo dados do Ministério da Saúde, em 2012 foram contabilizados em torno de 1.750 óbitos dentre os 21.070 casos registrados em todo o Brasil. A grande preocupação que as pessoas devem ter em relação à meningite é a de que ela é perigosa e pode levar a óbito em pouco tempo. "A doença pode ter início rápido e se não for diagnosticada logo nas primeiras 24 ou 48 horas pode provocar a morte do paciente", explica o infectologista do Hospital São Camilo, José Ribamar Branco.


A meningite é a inflamação na membrana que envolve o cérebro, responsável por proteger o nosso sistema nervoso, que por sua vez cuida de todas as atividades do corpo. Essa membrana protetora pode ser atacada por vírus, bactérias e fungos que fazem com que aconteça a inflamação conhecida por meningite. A doença é muitas vezes menosprezada já que os sintomas são basicamente semelhantes ao da gripe: febre, dor de cabeça, um pouco de rigidez na nuca, e, ainda, é importante também prestar atenção em náuseas e vômitos.


Os tratamentos são feitos por meio de antibióticos, dependendo do tipo de meningite que for diagnosticado. "Antigamente antes do antibiótico tínhamos mortalidade de quase 100%, hoje apesar de ter abaixado para 10% a 20%, ainda é um número que pode ser considerado muito alto. Isso se dá pelo atraso no tratamento", afirma o infectologista José Ribamar Branco.


Segundo o infectologista o mais importante no quadro da meningite é trabalhar com a prevenção. Já existem vacinas que fazem parte da cartilha básica. No entanto, as pessoas ainda não entendem muito o significado e os sintomas da doença. O porta-voz Rodrigo Diniz, presidente do Instituto Pedro Arthur, que tem como finalidade combater a meningite, afirma: "Pelos números da meningite bacteriana no Brasil é mais do que louvável você fazer um projeto e transformar pessoas em multiplicadores da informação."


Fonte: Revista saude, editora abril

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Grapefruit interage com 85 remédios

Grapefruit interage com 85 remédios comuns provocando efeitos colaterais graves e coloca seu consumo em xeque.


Depois de relatarem sérios efeitos colaterais na mistura do grapefruit com medicamentos, pesquisadores do Lawson Health Research Institute, em Londres, trazem agora um dado alarmante: subiu para 85 o número de remédios afetados de alguma forma por essa fruta. "Só entre 2008 e 2012, passaram de 17 para 43 aqueles com grande potencial de interagir com o grapefruit", diz David Bailey, farmacologista clínico e um dos autores do estudo. "Isso significa seis interações a mais por ano, resultado da inclusão de novas fórmulas químicas na composição dos fármacos", explica. O pior é que muitos deles são de uso frequente e essenciais para o tratamento de diversas doenças. Em comum, eles têm três características: são tomados via oral, têm de baixa a intermediária biodisponibilidade — fração do remédio absorvida pela circulação sanguínea — e são metabolizados por uma enzima chamada CYP3A4. A questão é: o grapefruit possui uma substância, de nome furanocumarina, que é inibidora justamente dessa enzima.

Em outras palavras, cada droga tem um grau de absorção no corpo, uma vez que parte dela é destruída no fígado antes de seguir em frente pela circulação sanguínea. Ao prescrever uma dose, o médico conta com essa porcentagem que não será aproveitada. Se a enzima responsável pela sua quebra está inativa — efeito causado pelo consumo do nosso protagonista, por exemplo —, o medicamento ficará mais tempo no organismo em sua forma original. A consequência é uma quantidade muito maior do que o necessário, podendo gerar uma overdose. Aí moram vários perigos.

Talvez a falta de afinidade de nosso paladar com esse alimento azedo explique também certa confusão quando se trata de saber como ele é chamado por aqui, já que não faz muito sucesso entre os brasileiros. Seria toranja? Não, não é a mesma coisa, vamos logo esclarecendo. "O grapefruit corresponde ao nosso pomelo, cuja espécie botânica é Citrus paradisi", ensina Walter dos Santos Soares Filho, pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). "A toranja, por sua vez, é da família Citrus maxima e tem em ‘pummelo’ sua tradução para o inglês", ele complementa. Mas o importante mesmo é saber que, segundo a pesquisa do Lawson Health, são três as frutas capazes de causar estragos quando se está tomando algum remédio: a toranja, o pomelo e a laranja-azeda. "Todas elas contêm a furanocumarina e interagem igualmente com os medicamentos", diz, categórico, David Bailey. Porém, são diferentes no que se refere às características físicas, ao sabor e aos nutrientes "Neles, a furanocumarina está presente em quantidades bem menores e, para que houvesse interferência significativa no metabolismo de drogas, o consumo teria que ser absurdamente grande", tranquiliza Sergio Surugi de Siqueira, farmacêutico bioquímico e professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná.


Perdão à Vista?
Se a presença da substância-problema depõe contra o grapefruit, não custa lembrar que ele é uma excelente fonte de nutrientes importantes. "Os principais benefícios estão associados à vitamina C e aos flavonoides", diz Solange Guidolin Canniatti Brazaca, professora da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da Universidade de São Paulo, em Piracicaba, no interior paulista.


Devido ao sabor amargo, ele é mais apreciado em forma de suco, que deve ser ingerido assim que preparado. "Tanto no natural como no industrializado, a vitamina C oxida rapidamente no contato com elementos externos, o que pode alterar o sabor e absorção de nutrientes", explica Carlos Canavez Basualdo, nutricionista clínico do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Por fim, uma notícia que poderá absolver o cítrico polêmico: "Há um trabalho de melhoramento genético em andamento na Universidade da Flórida para diminuir — ou até cessar — a furanocumarina nas novas espécies", conta Francisco de Assis Alves Mourão Filho, professor do Departamentode Produção Vegetal da Esalq. É esperar para cair em tentação sem medo.

* valor referente à quantidade que devemos consumir diariamente
 

Pomelo

Espécie: Citrus Paradisi. Os alto índices de vitamina A e C se destacam entre os nutrientes. Pode ser consumida em gomos ou em forma de suco, mas o gosto amargo não agrada facilmente.
Cada 100g contêm:
Energia: 32 cal
Carboidratos: 8,1g
Vitamina A: 19%*
Vitamina C: 57%*
Fibras: 1,1 g
Açucar:7g


 

Toranja

Espécie: Citrus maxima Seu tamanho é semelhante ao de um melão pequeno. Chama atenção pela riqueza em vitamina C, mas perde pontos pelo alto índice de açúcar. Mais adocicada é aceita in natura e vai bem em molhos para salada.
Cada 100g contêm
Energia: 38 cal
Carboidratos: 9,6g
Vitamina A: 0%*
Vitamina C: 100%*
Fibras: 1g
Açúcar: 10,1g


 

Laranja-azeda

Espécie: Citrus aurantium É rica em fibra solúvel, o que garante a sensação de saciedade e bom funcionamento do intestino. Pode ser amarga, é consumida predominantementena receita de doces.
Cada 100g contêm
Energia: 40 cal
Carboidratos: 10g
Vitamina A: 4%*
Vitamina C: 80%*
Fibras: 2g
Açúcar: 8g


 

De olho no relógio

No estudo inglês, um copo de 200ml de suco de grapefruit apresentou diferentes efeitos na mistura com a felodipina - droga usada no controle de hipertensão - quando ingerido em variados intervalos de tempo.
4 horas antes

detectaram-se 100% de interação


 

10 horas antes

A chance de interação caiu para 50%

 

24 horas antes

A mistura gerou 25% do seu efeito máximo

Fonte: Revista saude - editora abril

terça-feira, 2 de abril de 2013

Academia liberada para adolescentes

A musculação deixou de ser vista como inimiga da saúde dos jovens para se tornar uma aliada do crescimento. Ela protege até contra o diabete e outros males que ameaçam a rapaziada nos dias de hoje.


De décadas atrás para cá, dois paradigmas com relação aos adolescentes foram quebrados. O primeiro é o de que problemas como diabete tipo 2, colesterol alto e hipertensão quase nunca atormentariam meninos e meninas. O segundo é o de que essa população não deveria nem pensar em levantar peso. "Hoje, muitos jovens obesos e sedentários chegam ao consultório com sinais dessas doenças", diz Maurício de Souza Lima, hebiatra do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas de São Paulo. "Uma das alternativas para evitálas ou ao menos controlá-las é justamente os enviar à academia", sentencia.

Um estudo da Universidade de Granada, na Espanha, confirma o efeito benéfico dos exercícios de força na prevenção do diabete. Após avaliar 1 053 voluntários entre 12 e 18 anos, os cientistas descobriram que músculos bem condicionados facilitam o trabalho da insulina, a responsável por tirar açúcar da circulação e colocá-lo dentro das células. Já braços e pernas fracos não raro vêm acompanhados de certo grau de resistência ao hormônio, indicativo de que a enfermidade está à espreita. "A massa muscular consome bastante combustível. Isso, fora diminuir as taxas de glicose, melhora a ação da insulina", explica o educador físico David Jiménez Pavón, autor do artigo.


Em outro levantamento, o mesmo especialista revelou que bíceps, tríceps e companhia em forma estão associados a um bom funcionamento da leptina no corpo da garotada. "Essa substância regula o apetite. Portanto, ao menos em teoria, os treinos de força podem ajudar adolescentes a não comer além da conta", arremata Jiménez Pavón. Uma vantagem muito bem-vinda, principalmente quando se considera que, segundo a mais recente pesquisa Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), do Ministério da Saúde, 47% dos brasileiros entre os 12 e os 18 anos sofrem com sobrepeso.


A malhação já foi acusada de deixar a molecada baixinha. E isso até acontece, mas não por causa dos movimentos em si, e sim devido a uma intensidade elevada demais. "O excesso de carga, não importa o tipo de atividade, causa microtraumas nos ossos, o que pode interromper o crescimento ou provocar deformações", avisa Vinícius de Mathias Martins, ortopedista do Hospital São Luiz, na capital paulista. "Sem contar que um corpo ainda imaturo fica especialmente sujeito a lesões se submetido a atividades pesadas", completa Isabel Salles, fisiatra e coordenadora do Serviço de Reabilitação do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.


Na contramão, quando supervisionada por educadores físicos qualificados, a musculação ajuda no desenvolvimento saudável dessa turma. Tanto que a Academia Americana de Pediatria atesta que inclusive pré-adolescentes - se gostarem da modalidade, estiverem amadurecendo sem problemas e forem avaliados por um médico - podem frequentar as salas de ginástica. "Isso não quer dizer que eles precisem levantar peso. O importante é não ficarem parados. Vale pular corda, jogar bola, escalar árvore...", ressalta Maurício de Souza Lima.


Os exercícios resistidos, na medida ideal, acarretam benesses para o esqueleto que se estendem à vida adulta. "Essas atividades aumentam a densidade óssea, diminuindo o risco de, no futuro, o indivíduo ter osteoporose", ensina Christiano Bertoldo Urtado, fisiologista da Unicamp. Isso sem falar que deixam a musculatura equilibrada, trazendo uma melhor coordenação e afastando as contusões.


Só fique de olho se o adolescente vai à academia pelas razões certas - ou seja, pelo bem-estar e por se divertir com outras pessoas. Dar muita atenção à estética, nessa fase, costuma terminar em exageros que, como você viu, não fazem nada bem. E, de quebra, contribui para disseminar o conceito errado de que a musculação sabota o desenvolvimento. Muito pelo contrário.


Fora da sala de ginástica

Existem jovens que não gostam das práticas oferecidas nas academias. Nesses casos, forçá-los a entrar nesse ambiente só trará um vínculo negativo com os exercícios. "Dá para fortalecer a musculatura com atividades específicas dentro do esporte favorito de cada um. Basta um bom orientador", garante Christiano Bertoldo Urtado, fisiologista da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), no interior paulista.

Crescimento firme e forte

Os exercícios de força auxiliam meninas e meninos a espichar

Efeito nos músculos

1. Cérebro treinado
A musculação e outras atividades físicas estimulam na hipófise - estrutura no meio da massa cinzenta - a produção de GH, que é o hormônio do crescimento.

2. Uma viagem pelo corpo
O GH, então, perambula pela circulação sanguínea até chegar ao fígado. Lá, manda esse orgão fabricar IGF, um hormônio que, entre outros destinos, vai aportar nos músculos.

3. Musculatura desenvolvida
O IGF, ao chegar a esse tecido, patrocina o crescimento de suas fibras. Além disso, novas células são criadas na região, deixando a musculatura mais comprida.


Efeito nos ossos

1. Esqueleto em obras
O hormônio GH e o próprio trabalho dos músculos ativam os osteoblastos dentro do disco epifisário, uma espécie de cartilagem localizada no interior dos ossos longos dos jovens.

2. Construção do arcabouço
Os osteoblastos, aí, calcificam aos poucos parte dessa cartilagem, aumentando o tamanho dos ossos no sentido longitudinal.



Recomendações para a garotada

 

Nunca realizar exercícios de hipertroma (poucas repetições e muita carga)

 
Fazer os movimentos sem peso até dominar a técnica de cada um deles

 
Treinar no máximo três vezes por semana

 
Ajustar os equipamentos para o tamanho do jovem

 
Incluir atividades aeróbicas, como a corrida

Fonte: Revista saude - editora abril