segunda-feira, 24 de junho de 2013

Suplementar: eis a questão

Pesquisa recente evidencia que multivitamínicos derrubam o risco de câncer. Descubra se é hora de colocá-los na rotina.


Sem os níveis adequados de vitaminas e minerais percorrendo o organismo, a saúde fica pra lá de capenga. Simples assim. Por isso, a ideia de ingerir apenas uma cápsula por dia para garantir as quantidades mínimas recomendadas de vários micronutrientes é tão tentadora. Tem a vitamina C da laranja, o selênio da castanha, o cálcio do leite, o ferro da carne... Tudo ali, concentrado. Mas será que o hábito traz benefícios? Segundo cientistas da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, parece que sim. Pelo menos no que diz respeito à prevenção do câncer.

Eles lideraram uma grande investigação sobre multivitamínicos, com cerca de 14 mil médicos — todos com pelo menos 50 anos de idade —, ao longo de uma década. Na conclusão, apontaram que aqueles que consumiam suplementos tiveram uma redução de 8% no risco de desenvolver qualquer tipo de câncer. Isso significa que 1 379 homens que tomaram uma pílula inócua foram diagnosticados com a doença e, no grupo dos comprimidos cheios de nutrientes, os casos de tumores chegaram a 1 290.

Para o nutricionista Fábio Gomes, do Instituto Nacional de Câncer, o Inca, apesar dos resultados positivos, é preciso manter o pé atrás. “Até agora, a literatura científica nos mostra que suplementos não têm efeito protetor contra tumores. Logo, não devemos fazer recomendações baseados exclusivamente em um trabalho”, justifica.

Outro problema apontado pelo nutricionista é que as cápsulas são recheadas de vitaminas e minerais de ação antioxidante, responsáveis por combater os radicais livres e proteger as células. Complicou? Pois basta saber que, em doses elevadas, esses parceiros passam a agir como pró-oxidantes. “Ou seja, eles alteram o material genético e desregulam o ciclo celular, patrocinando o início do câncer”, descreve. Não à toa, muitas pesquisas com suplementos de nutrientes isolados — a exemplo de drágeas de vitamina E ou betacaroteno — chegaram a identificar um aumento na probabilidade de um indivíduo sofrer com tumores.

Agora, isso não é motivo para alarme. “Nos multivitamínicos, os nutrientes aparecem em doses menores ou iguais àquelas recomendadas pela Organização Mundial da Saúde”, ressalta o médico nutrólogo Durval Ribas Filho, presidente da Associação Brasileira de Nutrologia, a Abran.

Seja como for, para não existir o mínimo risco de superdosagem, deve-se consultar um especialista. “Isso porque é preciso avaliar o consumo alimentar e outros parâmetros bioquímicos antes de recorrer aos multivitamínicos”, explica a nutricionista Silvia Cozzolino, professora da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo. Afinal, se você consegue colocar no menu diário as cinco porções de vegetais — como frutas e verduras — preconizadas por órgãos de saúde, provavelmente nem precisa dos tais comprimidos.

O cenário, claro, faz parte do mundo perfeito da nutrição. A realidade não é tão animadora. “Segundo a última Pesquisa de Orçamento Familiar, há grande carência de vitaminas e minerais entre a população brasileira”, conta Ribas Filho. Resultado: maior perigo de infartar, desenvolver diabete, ter Alzheimer e por aí vai. Então, em casos de dieta desbalanceada, talvez os multivitamínicos sejam, sim, grandes aliados. Mas isso só um especialista é capaz de dizer.

O que falta no seu organismo?
A importância de procurar um médico ou nutricionista para analisar seu estado nutricional vai além de decidir pelo uso ou não do polivitamínico. É possível que o profissional perceba, por exemplo, que só sua ingestão de vitamina A está abaixo do indicado. Daí deve-se repor somente o que falta. “O errado é utilizar altas dosagens antes de realizar exames”, resume o nutrólogo Durval Ribas Filho, presidente da Abran.


Fonte: Revista saude - editora abril

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Entenda o que é o refluxo

Vinte milhões de brasileiros sofrem com aquela queimação no tórax que delata o problema, embora muitos não desconfiem do motivo nem o levem tão a sério.


Vinte milhões de brasileiros sofrem com aquela queimação no tórax que delata o problema, embora muitos não desconfiem do motivo nem o levem tão a sério. Mas saiba que consertá-lo é o caminho para apagar a azia e evitar que o incêndio culmine em doenças como o câncer.

A sensação, bastante corriqueira, é a de que a refeição não caiu muito bem e ainda por cima quer voltar. Acompanhada desse tráfego às avessas, vem a queixa de que acionaram um lança-chamas dentro do tórax. O desconforto frequente, às vezes escoltado por uma dor no peito, sinaliza que uma confusão foi armada no esôfago, o tubo muscular encarregado de transportar os alimentos até o estômago. E a causa do suplício tem nome e sobrenome: refluxo gastroesofágico. "É o problema digestivo mais comum nos países ocidentais", afirma o gastroenterologista Ary Nasi, assessor médico do Laboratório Fleury, em São Paulo.


A doença, negligenciada por muita gente, parece estar em franca ascensão. Isso porque anda de braços dados com maus hábitos que, infelizmente, permanecem em voga: a dieta gordurosa, o sedentarismo e o resultado dessa combinação, a obesidade. Antes que um hipocondríaco se atreva a se autodiagnosticar, vale esclarecer que, se o fogaréu capaz de escalar abdômen acima ocorre somente de vez em quando, sobretudo depois daquela feijoada, trata-se de algo natural. "Todos nós temos esse refluxo ocasional", tranquiliza o gastroenterologista Cláudio Bresciani, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, na capital paulista.


O problema nasce quando essa tortura é recorrente e não depende só dos exageros à mesa. "Se acontecer mais de uma vez por semana, há uma suspeita da doença", esclarece Nasi, que também atua no Hospital das Clínicas de São Paulo. Tudo acontece porque o esfíncter, uma válvula que fica na divisa entre o esôfago e o estômago, relaxa demais em momentos inoportunos. "Sua função é impedir a volta da comida", diz Bresciani. Ao perder a pressão, porém, ele deixa de funcionar direito e permite que o conteúdo gástrico retorne, contrariando a lei da gravidade.

O azar é do esôfago. "Ele não está acostumado a conviver com a acidez que vem do estômago", observa o gastroenterologista José Galvão Alves, da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro. O suco gástrico, essencial para a quebra dos alimentos, agride o tubo - e o pior é que ele pode subir com pedaços de comida. Com o tempo, o esôfago fica refém de uma inflamação permanente, o que cria um ambiente perfeito para tumores. "A irritação pode levar a alterações no órgão típicas de um quadro chamado esôfago de Barrett, o que aumenta o risco de um dos tipos mais comuns de câncer ali", alerta o cirurgião oncológico Felipe Coimbra, diretor do Departamento de Cirurgia Abdominal do Hospital A.C. Camargo, em São Paulo.


Mas por que cargas d’água o refluxo se torna uma pedra no esôfago de tanta gente? "Uma das principais razões é o esfíncter incompetente", aponta José Galvão Alves. O termo é aplicado quando a válvula afrouxa espontaneamente, deixando a acidez cair na contramão. "O álcool e o cigarro também favorecem seu relaxamento", lembra Ary Nasi. Essa porteira abre sem necessidade por outro motivo: a hérnia de hiato. "Ela acontece quando um pedaço do estômago escapa da musculatura do diafragma e fica fora do lugar", descreve Nasi. Nesse cenário, mais habitual entre os obesos, o conteúdo gástrico reflui facilmente e o esfíncter não consegue freá-lo.


Flagrar o refluxo não é importante apenas para abrandar o incêndio. "Além da inflamação no esôfago, a doença pode influenciar crises de asma, corromper o esmalte dentário e causar tosse crônica e rouquidão", enumera Galvão. A via-crúcis do diagnóstico começa, é claro, com a história do paciente. O primeiro exame requisitado é a endoscopia, que avalia se há uma irritação no esôfago. "Mas um resultado normal não afasta o refluxo", diz Nasi. Para esclarecer a dúvida, os médicos recorrem à pHmetria. "Trata-se de um equipamento instalado no tubo que, ao longo de 24 horas, mede a acidez bem ali", explica Cláudio Bresciani. Mais um método ainda pode ser convocado, a impedanciometria, que apura a quantidade e a intensidade dos refluxos.


Detectado o problema, aí, sim, os especialistas traçam a estratégia terapêutica. "Nove em cada dez pacientes se beneficiam do tratamento clínico", conta Bresciani. Ele é composto de drogas via oral conhecidas como inibidores da bomba de próton, cujo objetivo é diminuir a concentração do ácido no estômago. Sozinhos, no entanto, não fazem milagre - são essenciais alguns arranjos na rotina (veja quadro abaixo). Um novo estudo da Universidade de Copenhague, na Dinamarca, mostra que, seguidas à risca, mudanças de hábito associadas ao medicamento aumentam as chances de sucesso: aí, dois terços dos pacientes se livram da queimação.


Há casos, porém, que exigem cirurgia para fazer uma reforma entre o esôfago e o estômago, recobrando a pressão da válvula e, se preciso, corrigindo uma hérnia de hiato. Tudo isso é feito por laparoscopia, ou seja, demanda pequenos cortes para ser executada. No campo da pesquisa, há quem fale em procedimentos por endoscopia, em que não existiram nem sequer furos. "Mas até o momento os resultados não são tão bons", comenta Bresciani. Na seara dos remédios, não cessa a busca por fórmulas mais eficazes. "Existem estudos com drogas que agem diretamente no esfíncter", conta Nasi. Mas, se somarmos um estilo de vida saudável aos recursos já disponíveis, não é nenhuma missão impossível botar ordem nesse trânsito caótico e abrasador.


Conheça quem está mais sujeito ao refluxo:

Obesos
Eis mais um transtorno a ser incluído na lista de problemas comuns a quem está acima do peso. O excesso de gordura acarreta um aumento da pressão dentro do abdômen, contribuindo para que o conteúdo gástrico escoe em direção ao esôfago. Daí, é refluxo na certa.

Grávidas
A exemplo dos gordinhos, mulheres que carregam uma criança dentro do ventre têm de suportar uma maior pressão intra-abdominal. Isso facilita a expulsão do conteúdo gástrico no sentido contrário, atrapalhando o trabalho do esfíncter.

Bebês
Neles, o retorno da comida é fruto da imaturidade do esfíncter. "Metade dos pequenos regurgita até os 6 meses, o que é normal", diz a pediatra Tania Quintella, da Sociedade de Pediatria de São Paulo. "Só cogitamos a presença de uma doença se houver outro sintoma, como tosse, chiado no peito e baixo ganho de peso."

É só azia ou não é?

Costumamos recorrer a essa palavra para nos queixar de que uma fogueira foi acesa dentro do tórax, principalmente depois de um grande banquete. Nem sempre, porém, o ardor indica refluxo. "O termo azia, na verdade, quer dizer azedume na boca, mas passou a ser empregado como sinônimo de queimação na boca do estômago", diz o gastroenterologista Ary Nasi. As labaredas que caracterizam o refluxo não tendem a ficar concentradas somente nessa região. A impressão é que elas pegaram um elevador com destino à garganta. Não bastasse o peito em chamas, o refluxo ainda pode ser marcado por dores no tórax, dificuldade para engolir, gosto amargo na boca, irritação na garganta e, claro, a sensação de retorno da comida.

Medidas antirrefluxo

• Não beba muito líquido nas refeições, mastigue bem os alimentos e evite comer demais.
• Reduza a gordura do cardápio - ela torna a digestão mais lenta, favorecendo o refluxo.
• Maneire nas bebidas gasosas, como refrigerantes e cervejas.
• Não abuse de alimentos ou bebidas de teor ácido, como molhos de tomate industrializados, frutas cítricas e vinhos.
• Tome cuidado com o álcool, que, além de relaxar o esfíncter, aumenta a acidez no estômago.
• Não caia de boca no chocolate, que - pasme! - guarda substâncias capazes de tornar a válvula mais preguiçosa.
• Aguarde pelo menos duas horas para se deitar após comer.
• Na hora de dormir, procure elevar a posição do travesseiro numa altura de 15 centímetros.


Entenda por que o refluxo, quando deixa de ser tratado, pode ser o estopim para um câncer: 

 

O refluxo ocorre porque o esfíncter, uma válvula entre o esôfago e o estômago, relaxa e permite que o conteúdo gástrico retorne. Em meio a esse líquido, há ácido clorídrico, substância essencial à digestão mas violentíssima ao esôfago.





O ácido passa a irritar o tubo, provocando uma inflamação recorrente. Com o tempo, a porção final do esôfago fica machucada e deixa de cicatrizar com a pele típica desse órgão, sendo substituída por um tecido similar ao que reveste o estômago.




Este estágio, denominado esôfago de Barrett, é, na verdade, uma reação de defesa do corpo. Só que a camada de células fora do lugar é suscetível a mutações - primeiro passo para o surgimento de um tumor. Quem chega a essa fase da doença corre um risco dez vezes maior de ter câncer.

Fonte: Revista saude - editora abril

terça-feira, 11 de junho de 2013

Romã contra Alzheimer

Estudo da Universidade de São Paulo sugere que a fruta protegeria o cérebro.


Especialistas da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da USP, em Piracicaba, descobriram que esse potencial está na sua casca. Ela concentra compostos bioativos capazes de inibir a enzima causadora da degradação da acetilcolina, neurotransmissor decisivo nas funções cognitivas, como a retenção da memória.
Níveis baixos desse mensageiro químico estão associados, por sua vez, à doença de Alzheimer. “A camada externa da romã também atua na proteção ao cérebro de maneira geral, evitando as reações de oxidação comuns no processo de envelhecimento”, diz Maressa Morzelle, engenheira de alimentos e autora do estudo. No quesito combate aos radicais livres, aliás, a superfície da fruta ganha disparado de sua polpa, com capacidade antioxidante 85 vezes maior. Ela ainda sai na frente de diversas outras fontes famosas por anular substâncias tóxicas, como mirtilo, morango, vinho tinto e chá-verde.

Para fazer em casa
No experimento da USP, foi produzido um extrato concentrado repleto de benefícios para a massa cinzenta, mas é preciso aguardar mais resultados para falar sobre a sua comercialização, avisa Maressa. Enquanto isso não acontece, a dica é aproveitar a casca da fruta em forma de infusão ou triturar os pedaços, criando uma espécie de farinha para salpicar em saladas ou iogurte. Um porém: o gosto azedo não costuma agradar o paladar. Então, se preferir ficar só com a polpa, vá em frente — embora menos poderosa, ela também combate os radicais livres.


Fonte: Revista saude - editora abril

terça-feira, 4 de junho de 2013

Nove atitudes que afastam o câncer

São pequenas mesmo — e não estamos falando de exames. SAÚDE! reúne e apresenta hábitos simples que, adotados em sua rotina, fazem uma enorme diferença para afastar a segunda doença que mais mata no Brasil.


1. Durma mais cedo
De olhos bem fechados — é assim que se cumpre a primeira medida para se ver livre de um tumor. E essa tarefa exige simplesmente que a gente adormeça. Quem deixa de lado boas noites de repouso se expõe ao câncer. Pior: a privação do descanso acelera a evolução da doença, como mostra um estudo da Universidade Federal de São Paulo a que SAÚDE! teve acesso em primeira mão. "Camundongos fêmeas com câncer e que não dormiam direito morreram mais depressa", conta o psicobiólogo Sérgio Tufik, coordenador da pesquisa. "A falta de sono prejudica o sistema imune, permitindo que o tumor se desenvolva rápido", diz. É também à noite, quando nos entregamos ao travesseiro, que a glândula pineal, no cérebro, fabrica a melatonina. "Esse hormônio regula o nosso ritmo biológico e ainda tem efeito antioxidante", diz Tufik. Ou seja, blinda o corpo prevenindo toda sorte de tumores. Mas evite o atraso na hora de ir para a cama — o pico de melatonina é por volta da uma da manhã e você precisa estar dormindo há pelo menos uma ou duas horas para obter o máximo proveito — e nunca troque a noite pelo dia. Ora, é na escuridão que se garantem as fases reparadoras do sono e, com isso, uma maior proteção.

2. Vista a camisinha
O conselho não é destinado apenas aos jovens. Quem se gaba de décadas de experiência entre os lençóis também deve usar o preservativo — sobretudo quando não tem um parceiro fixo. Ele ajuda a erguer uma muralha contra o papiloma vírus humano, o HPV — e são alguns tipos desse vilão os responsáveis por quase 99% dos cânceres de colo de útero. "Embora não seja totalmente eficaz, a camisinha é uma boa medida preventiva", diz o ginecologista Rogério Ramires, do Femme Laboratório da Mulher, em São Paulo. "Basta o contato entre as mucosas nas preliminares para a transmissão do vírus", afirma. De qualquer forma, o preservativo já limita a entrada de hordas de HPV, micro-organismo que é capaz de se instalar no útero e, se o código genético do hospedeiro lhe for viável, detonar ali as lesões que abrem alas a um tumor. Mas não pensem os homens que só as damas sofrem as consequências do sexo inseguro. Uma pesquisa do Instituto Nacional de Câncer revelou uma íntima relação entre o HPV e o câncer de pênis. "Ele esteve associado a 75% dos casos da doença", conta o autor do estudo, o urologista Antonio Augusto Ornellas. E há quem diga ainda que o HPV seja gatilho para tumores de boca.

3. Busque seu peso ideal  
Quer motivo mais nobre para ajustar as contas com a balança? Os quilos extras financiam diversos tumores. Não por acaso, esse tenebroso elo é o tema da campanha da União Internacional contra o Câncer deste ano. A entidade alerta: controlar a obesidade ainda na infância é o jeito mais seguro de erradicá-la na fase adulta e, de brinde, impedir que um câncer apareça. "O excesso de gordura acarreta uma maior concentração de substâncias que estimulam o surgimento de células precursoras de um tumor", explica o nutricionista Fábio Gomes, do Instituto Nacional de Câncer, no Rio de Janeiro. "Além disso, o tecido gorduroso produz fatores inflamatórios que, em abundância, favorecem a transformação de células saudáveis em cancerosas", arremata o especialista. Para prevenir tanto problema, a estratégia é aliar um cardápio equilibrado a um programa de atividade física — hábitos que, por si só, já botam tumores para correr. E Gomes dá um recado às mulheres que acabam de ser mãe: "Amamentar o bebê até os 6 meses de idade diminui o risco de ele ser obeso e, assim, sofrer de
um câncer no futuro".

Câncer na balança
Os cientistas já têm evidências de que esta lista de tumores está associada à obesidade:
• Câncer de esôfago
• Câncer de endométrio— o tecido quereveste o útero
• Câncer de rim
• Câncer de vesícula
• Câncer de mama após a menopausa
• Câncer de pâncreas
• Câncer colorretal


4. Passe o protetor solar (sempre!)
Não é frescura, não. Para facilitar a vida, saiba que, no cotidiano, basta espalhar o creme pelas áreas do corpo que ficam mais expostas ao sol, como o rosto, a nuca e os braços. Não adianta cobrir toda a pele com a loção na temporada de praia e deixá-la à mercê da sorte no resto do ano. "É mais importante se proteger contra a radiação solar no dia a dia", afirma o dermatologista Sergio Schalka, diretor da Sociedade Brasileira de Dermatologia. A exposição crônica ao sol é a principal culpada pelo câncer de pele. Por isso, não se esqueça do protetor antes de caminhar no parque ou pegar aquele trânsito, por exemplo. "O produto deve ter pelo menos fator 15 e contar, ainda, com proteção contra os raios UVA", orienta Schalka.

5. Fique longe de fumantes
Ou, se for o seu caso, pare de fumar. Pergunte a quem estiver mais próximo o que provoca câncer. A resposta será provavelmente cigarro. "Nenhum outro poluente tem tantas substâncias químicas, e muitas delas favorecem a doença", alerta o oncologista Alexander Daudt, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Inclusive para fumantes passivos. Embora o sistema respiratório seja o principal alvo das baforadas (próprias ou alheias), hoje se sabe que elas sopram a favor de tumores em outras redondezas do corpo. A Sociedade Americana de Câncer, por exemplo, acusa o cigarro como causa do problema na bexiga. E uma revisão de estudos da Universidade de Hong Kong acaba de confirmar: a fumaça espalha o mesmo suplício no intestino. "Ao cair na circulação, os compostos nocivos se tornam fator de risco para o câncer em diversos órgãos", diz Daudt.

6. Pare no primeiro copo  
O álcool vive num sobe-e-desce quando se debatem seus efeitos sobre a saúde. Pesquisas apontam que doses moderadas são um dos ingredientes da longevidade. Por outro lado, pululam trabalhos indicando que beber em excesso contribui para o câncer. Apesar de não haver acordo sobre o limite — ele varia de pessoa para pessoa —, os médicos estão certos de que não se deve abusar de jeito nenhum. "O álcool tem relação direta com alguns tumores, como o de fígado", diz o cirurgião oncológico Luiz Paulo Kowalski, do Hospital A.C. Camargo, em São Paulo. "Também age como solvente na mucosa da boca, facilitando a ação de agentes tóxicos, como os do cigarro." Não à toa, quem fuma e bebe demais tem um risco 150 vezes maior de desenvolver um câncer ali. A Organização Mundial da Saúde recomenda aos homens não ultrapassar duas doses e às mulheres parar na primeira.

A ameaça do abuso
Saiba quais tipos de câncer podem vir à tona quando se exagera diariamente nas bebidas alcoólicas
Destilados
O consumo excessivo desencadeia tumores na boca e no fígado.
Vinho
Várias taças da bebida levam a tumores na garganta e na laringe.
Cerveja
Litros e litros diários podem contribuir para o câncer de intestino.

7. Faça aquilo de que gosta 1 hora por dia  
Leia, jogue bola, vá ao cinema… Não importa o programa. O essencial é fazer algo que lhe dê prazer. Domar a tensão é uma estratégia valiosa para cortar o câncer. "As situações estressantes disparam alterações nervosas e hormonais que resultam numa falha do sistema imunológico", explica o psicólogo Esdras Vasconcellos, da Universidade de São Paulo. Se esses momentos são constantes e pouco contra-atacados, você há de convir que as forças de defesa do corpo amolecem. "Quando se reduz o contingente de policiais nas ruas, aumenta a criminalidade", compara Vasconcellos. "No organismo, o estresse afeta a produção de células que funcionam como agentes de patrulha", diz. "Sem uma vigilância eficaz, um câncer pode avançar sem ser destruído de cara pelas defesas." A ciência garante que o sistema imune fica bem mais alerta em quem, com disciplina férrea, reserva uma hora de lazer por dia.

8. Mexa-se 5 vezes por semana
Pelo menos meia hora diariamente. A atividade física já é considerada um antídoto contra certos tipos de câncer. "Estudos mostram que praticar regularmente exercícios aeróbios, como a caminhada e a corrida, diminuem entre 40 e 50% a ocorrência de tumores de cólon do intestino", conta o oncologista José Augusto Rinck Júnior, do Hospital A.C. Camargo. Os médicos acreditam que o esporte incentive o próprio intestino a trabalhar direito. "Isso reduziria o tempo de contato do órgão com substâncias tóxicas que seriam eliminadas nas fezes", explica. O câncer de mama também pode ser espantado ao custo de muito suor. A hipótese dos pesquisadores é que a atividade física auxiliaria a regular a produção do hormônio feminino, além de eliminar o excesso de gordura, fatores que alimentam a doença.


9. Coma cinco vegetais por dia
No mínimo. Mas pode ficar à vontade para extrapolar esse número de porções. Os nutrientes que habitam verduras, legumes e frutas têm merecida fama de agentes anticâncer. Por isso, estrelam milhares de estudos ao redor do globo, que investigam como eles são capazes de prevenir e brecar tumores. Há um exército dessas substâncias, e são vários seus estratagemas para desarmar a gênese da doença. Fazem parte dele o licopeno do tomate e o betacaroteno do mamão. "Eles têm ação antioxidante, isto é, anulam os radicais livres que danificam o DNA das células", explica Thomas Ong, coordenador do Laboratório de Dieta, Nutrição e Câncer da Universidade de São Paulo. Outro pelotão é capitaneado pelo selênio, da castanha- do-pará. "Ele induz a destruição de células cancerosas, cortando o mal pela raiz", explica. Há soldados, como os isotiocianatos da couve-flor, que estimulam a atividade de genes protetores. E ainda as fibras, que formam um escudo contra tumores no intestino.

Seleção vegetal
Confira abaixo uma sugestão de como incluir frutas e companhia no seu menu. É muito fácil e ainda há um leque de opções:



Mamão

Comece o dia com a fruta rica em fibras e betacaroteno.


Suco de laranja

Fornece um montão de substâncias contra os radicais livres.


Salada com tomates

O vermelhinho está cheio de licopeno e as folhas, de vitaminas.


Castanha-do-Pará

Um único exemplar já supre a cota diária de selênio.


Pêra

Bela opção de sobremesa, especialmente pela combinação entre fi bras e antioxidantes

Fonte: Revista saude - editora abril