quinta-feira, 27 de março de 2014

Longe da leptospirose: os cuidados necessários com os cães nos períodos de chuvas

Com uma maior frequência de chuvas ao final do dia, aumentam as chances de enchentes em pontos das cidades. Com isto, muitos de nossos amigos peludos ficam expostos a doenças, como a leptospirose.

A leptospirose é uma doença causada por uma bactéria e transmitida através da urina do rato. No período de chuvas existe um  aumento de sua incidência e transmissão tanto para o homem, quanto para os cães. Por isto, torna-se importante reconhecer os sinais desta doença que pode ser fatal e saber como preveni-la.

Alguns sinais devem ser observados no cão como a coloração da mucosa, que fica amarelada, isto porque a doença pode atacar o fígado. Torna-se importante também observar a coloração da urina, que na doença apresenta um aspecto escuro semelhante à cor de “ coca-cola”. Como a leptospirose afeta também os rins, o cão pode apresentar uma insuficiência renal aguda, parando de urinar. Portanto, trata-se de uma enfermidade muito grave e que pode passar para o ser humano. Existe tratamento com chances de cura para a doença que deve ser tratada em ambiente hospitalar pelo risco do contagio aos familiares. No Hospital Veterinário o bicho é manipulado com luvas e receberá tratamento com  soro e antibióticos.

E como fazer para prevenir?
Devido a gravidade da doença é de suma importância agir em sua prevenção. Para isto, os cães devem ser vacinados contra a leptospirose.  A Vacina V8 apresenta dois sorotipos para  imunizar contra a doença, já na vacina V10 são 4 sorotipos, ou seja, protege contra 4 cepas (tipos) de bactérias da leptospirose. Se o animal morar em região que exista risco de ratos como, por exemplo, em casas próximas a terrenos é importante fazer um reforço a cada 6 meses (existe uma vacina para este reforço somente contra leptospirose).
Já um cão de apartamento pode tomar o reforço anualmente, mas nunca deixar de ser vacinado. Com a vacina V8 ou V10 o animal produzirá anticorpos anualmente para várias doenças, incluindo a leptospirose. Manter ambientes livres de roedores (ratos) também é fundamental. Evite manter a ração exposta no quintal o dia todo. Alimentos em exposição podem ser atrativos para os ratos. Forneça este alimento ao seu cão em horários específicos e retire-o após comer. Recolha o lixo do quintal acondicionando-o em local apropriado.
Com estas medidas simples seu amigo estará livre e protegido para curtir com muita saúde toda a família!

Fonte: Revista saude - editora abril

terça-feira, 18 de março de 2014

Cuide bem de seus rins

Essa dupla dinâmica pode correr sérios riscos e nem dar sinal do problema. Saiba como evitá-los com atitudes bem simples

 
Apenas 150 gramas muito bem distribuídos em 12 centímetros de altura - parece pouco, principalmente quando comparados a pulmões e fígado. Porém, os rins são responsáveis por funções vitais no organismo. E, quando esses pequenos notáveis convalescem, é encrenca na certa: a doença renal crônica (DRC), mal que não costuma avisar sobre sua existência, destrói as estruturas renais até chegar ao ponto em que o órgão para de funcionar. Saiba como tratar bem seu rim:

Mantenha biabete e pressão na rédea curta
Quando esses marcadores estão em níveis exagerados, a probabilidade de desenvolver a DRC é ainda maior. Além da aterosclerose, a formação de placas de gordura, sobretudo na artéria renal, há uma sobrecarga do trabalho de filtração dos rins. "E a incidência dessas duas doenças vem aumentando nos últimos anos, algo agravado pelo envelhecimento da população, além de sedentarismo e obesidade", diz Gianna Mastroianni, diretora do Departamento de Epidemiologia e Prevenção da Sociedade Brasileira de Nefrologia. Nos casos em que o estrago já foi feito, a primeira medida é ficar de olho na pressão e no diabete.

Fique de bem com a balança
Manter-se no peso ideal também é uma regra de ouro para seguir com os rins a mil. Indivíduos com o índice de massa corporal (IMC) nos parâmetros saudáveis ficam protegidos dos pés à cabeça e, nesse pacote de benesses, os filtros naturais saem ganhando. "Hoje em dia, existe uma epidemia mundial de obesidade. O excesso de peso leva à hipertensão e ao diabete. Quando hábitos saudáveis são adquiridos, o risco de sofrer com um problema no rim é bem menor", destaca o nefrologista Nestor Schor, da Universidade Federal de São Paulo.

Tenha uma alimentação equilibrada
Tomar cuidado com o excesso de gordura e ingerir alimentos ricos em vitaminas e fibras vai colaborar bastante para a manutenção das funções renais. Quando o indivíduo já sofre com a DRC, é provável que seja obrigado a fazer algumas mudanças em seu cardápio. Neste caso, é importante adotar uma dieta com menor quantidade de proteína para evitar a sobrecarga renal. Esse menu deve ser avalizado pelo médico e por um nutricionista.
 
Tome analgésicos só com orientação
Remédios só deveriam entrar em cena com a indicação de um especialista. Até mesmo quando aparece aquela simples dor de cabeça, fuja da automedicação. Na hora, ela pode até ser solucionada, mas, a longo prazo, quem pode sofrer são seus rins. "Tanto os analgésicos quanto os anti-inflamatórios são capazes de prejudicá-los se tomados em excesso porque favorecem a ocorrência de doenças renais", alerta Nestor Schor . Procure sempre orientação médica para identificar o causador do incômodo e debelá-lo da melhor maneira possível.

Vá devagar com a bebida
Quando ingerido com parcimônia, o álcool pode até beneficiar o trabalho dos rins. Os experts chegam a recomendar uma ou duas doses bem pequenas. Porém, enfiar o pé na jaca não vai agradar aos pequenos filtros, que sofrem indiretamente. "Em excesso, o álcool pode causar hipertensão, que vai evoluir até gerar problemas renais", adverte o nefrologista André Luis Baracat. A bebida também causa prejuízos ao fígado, o que, em última instância, vai desembocar em um estrago nos rins.

Apague o cigarro em definitivo
No personagem principal desta reportagem, a atuação do fumo é tão nefasta quanto em outras partes do corpo. E a explicação está no surgimento de pequenos bloqueios, as placas de gordura, que diminuem o calibre dos tubos por onde circula o sangue. Isso causa problemas de pressão que, por sua vez, levam à DRC. "Os rins são cheios de vasos sanguíneos. O cigarro desencadeia inflamações que prejudicam o órgão", destaca o nefrologista André Luis Baracat, do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo.

Fonte: Revista saúde - editora abril

terça-feira, 11 de março de 2014

Molho de tomate faz bem ao coração


A receita, parceira perfeita de massas, reúne boas doses de polifenóis e carotenoides, capazes de reduzir o risco cardíaco.

Cientistas da Universidade de Barcelona, na Espanha, identificaram altos níveis de carotenoides, polifenóis e vitamina C neste que é um dos pilares da dieta mediterrânea: o molho feito de tomate, cebola, alho e azeite de oliva. A adição do óleo da oliveira, aliás, é fundamental para que a receita não fique apenas apetitosa como favorável à saúde. "É que ele potencializa a ação de todas essas substâncias encontradas na receita", justifica Rosa María Lamuela, uma das autoras da avaliação.
 
Sorte a nossa, pois a combinação de nutrientes ajuda a diminuir a pressão arterial, inibir a oxidação do colesterol ruim e combater processos inflamatórios - daí o motivo pelo qual seu consumo afasta de doenças cardiovasculares a câncer. "Mas faltam análises complementares para chegarmos à proporção ideal de cada ingrediente", pondera a pesquisadora. Por enquanto, sabe-se que, consumindo 120 gramas do molho, é possível absorver de 6 a 10 miligramas de carotenoides e até 24 miligramas de polifenóis. Um prato cheio para a saúde - e, se o cardápio também for composto de peixes, cereais e oleaginosas, outros itens típicos da dieta mediterrânea, melhor ainda.
 

Na cozinha

Bata no liquidificador: 4 tomates, 1 xícara (chá) de água, 1 colher (sobremesa) de azeite extravirgem, 1 colher (chá) de sal, 1/2 cebola e 1 dente de alho. Leve ao fogo baixo por 20 minutos (ou até o molho encorpar), adicione manjericão e orégano a gosto e sirva com massas e carnes.
Faça o molho em casa. O industrializado leva ingredientes como açúcar e amido. Logo, não é tão vantajoso.
 
Fonte: Fabiana Arantes, nutricionista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.

quinta-feira, 6 de março de 2014

O colesterol alto pode ser culpa de uma falha genética

A hipercolesterolemia familiar está na mira dos médicos brasileiros. E, felizmente, quem herdou essa condição, que aumenta o nível de colesterol ruim, já pode contar com novas estratégias para prevenir o infarto precoce.

Portadores de hipercolesterolemia familiar são mais propensos à formação de placas que entopem as artérias e deflagram distúrbios cardiovasculares. A doença é fruto de defeitos genéticos que provocam falhas no sistema de limpeza das artérias. O resultado é o aumento do colesterol ruim, o LDL estopim para a aterosclerose.


A estimativa é que o Brasil tenha cerca de 300 mil portadores de hipercolesterolemia. No Instituto do Coração, em São Paulo, um programa chamado Hipercol Brasil identifica os pacientes com mutação no gene, responsável pela doença, os encaminha para tratamento e realiza exames nos familiares do paciente para detectar se eles também são portadores da falha genética. Mesmo se o paciente tem a mutação, mas a doença não se manifestou, a chance de seus descendentes herdarem o defeito é de 50%.

Na maioria dos casos, a hipercolesterolemia não apresenta sintomas. Por isso, uma das principais medidas de prevenção é medir o colesterol desde cedo. Quando antes for feito o diagnóstico, melhor será o tratamento.
 

Leia a íntegra da reportagem abaixo.

Imagine passar anos e anos com uma enorme carga de colesterol transitando pelos vasos. Não há coração que aguente! Por causa de taxas da molécula gordurosa que ultrapassam facilmente 500 mg/dl, os portadores da hipercolesterolemia familiar (HF) - por baixo, há cerca de 300 mil deles no Brasil - são mais propensos à formação de placas que entopem as artérias e deflagram doenças cardiovasculares. "Há pacientes que infartam antes dos 30 anos", conta o cardiologista Raul Dias dos Santos, do Instituto do Coração, o InCor, em São Paulo, considerado uma das autoridades mundiais no assunto. O distúrbio é fruto de defeitos genéticos e interfere em receptores de células no fígado que são como pazinhas aptas a retirar o colesterol de circulação. Essa falha no sistema de limpeza resulta na elevação dos níveis da partícula LDL, o que serve de estopim para a aterosclerose.

Embora o jargão medicinês soe estranho, a hipercolesterolemia familiar não é tão rara assim. "Aqui no Brasil estimamos que a frequência da forma heterozigótica, a mais comum, seja de 1 em 300 pessoas", revela a cardiologista Cinthia Elim Jannes, do Laboratório de Genética do InCor. E há a desconfiança de que existam ainda mais casos. A médica coordena, ao lado de Santos e outros profissionais, o programa Hipercol Brasil, que identifica, por meio de exames no DNA, mutações nos genes por trás da condição, encaminha pacientes dos quatro cantos do país para tratamento, além de apurar se há mais portadores na família.


"Utilizamos o chamado rastreamento em cascata", diz Cinthia. Ou seja: quando se confirma um diagnóstico, os parentes mais próximos também passam por triagem. Isso porque o risco de pais, filhos ou irmãos apresentarem o distúrbio é alto. "Trata-se de uma doença com transmissão autossômica dominante, o que significa que, para um indivíduo portador de uma mutação, mesmo sem desenvolver o problema, a probabilidade de seus descendentes diretos herdarem o defeito genético é de 50%", esclarece o cardiologista Andrei Sposito, da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo.


"Apesar de grande parte dos portadores de HF não apresentar nenhum tipo de sintoma, existem manifestações na pele que aparecem em uma minoria", relata o cardiologista Hermes Toros Xavier, presidente do Departamento de Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia. O médico se refere ao aparecimento de bolas de gordura entre os dedos das mãos e dos pés, no calcanhar e nos joelhos - os xantomas, característica mais comum em pacientes homozigotos.


Como a doença não deixa de ser silenciosa e parece estar subestimada, há quem recomende a medição de colesterol a partir dos 20 anos em toda a população. "Quanto mais cedo o diagnóstico, mais eficaz o tratamento", sentencia Cinthia. "Além de lançar mão de remédios que baixam o colesterol, é crucial a adoção de um estilo de vida saudável", atesta Santos. A primeira Diretriz Brasileira de Hipercolesterolemia Familiar, elaborada em 2012, destaca, por exemplo, a necessidade de uma dieta bem regrada.


"Uma das principais recomendações é reduzir o consumo de alimentos ricos em gordura saturada", diz Xavier. Muita parcimônia, portanto, na ingestão de carnes vermelhas, laticínios integrais e frituras. A atividade física é outra medida que não fica de fora. Assim como fugir do tabagismo e dos abusos etílicos, atitudes que, vale dizer, são bem-vindas independentemente de ter herdado ou não a HF.


Como nessa doença o apoio farmacológico é fundamental, uma das melhores notícias dos últimos meses é que estão chegando ao país novas drogas que reduzem pra valer os níveis de colesterol. É que as estatinas, comprimidos mais receitados para essa finalidade, nem sempre dão conta do recado. Desse modo, ganham destaque anticorpos monoclonais que, lá no fígado, fazem o sistema de faxina nos vasos funcionar direito. Com diagnóstico precoce e tratamento de primeira, o sonho de um coração livre de perigo pode, sim, virar realidade. E o melhor: para toda a família.

 

Caso de família

Quem tem um parente próximo que sofreu ataque cardíaco antes dos 55 anos deve dosar o colesterol desde cedo. Exemplo: se uma pessoa perdeu um pai por infarto aos 40 e poucos anos e tem um dos avós com histórico semelhante, isso significa que ela possui maior risco de carregar nos genes uma propensão para o colesterol alto. Se as taxas de LDL passarem de 130 mg/dl entre as crianças ou 190, no caso de adultos, indica-se um teste para apurar a hipercolesterolemia
 

Perigo maior

Complicações cardíacas estão à espreita nos casos heterozigotos de hipercolesterolemia - quando se herda um gene defeituoso somente de um dos pais. Mas a situação é bem mais ameaçadora se a herança vem tanto do pai como da mãe, característica dos pacientes homozigotos - cuja prevalência é estimada em 1 a cada 1 milhão de pessoas. Neles, as taxas de colesterol passam de 1 500 mg/dl. "Se não houver tratamento, a expectativa de vida é de 20 anos", afirma o professor Andrei Sposito, da Universidade Estadual de Campinas.
 

Defeito mínimo, repercussão grande

Problema de fábrica

A mutação no DNA também está por trás de imperfeições em uma proteína própria da LDL, a ApoB. Por causa disso, a LDL não consegue se ligar direito aos tais receptores. Resultado: mais colesterol dá sopa na corrente sanguínea.


Falta aqui, sobra lá


Na HF, uma falha genética faz com que haja, nas células do fígado, um número menor de receptores responsáveis por captar as partículas de LDL - aquela bolota que transporta o colesterol pelos vasos. Assim, um monte de moléculas da gordura fica vagando na circulação.


Fígado: produção e coleta seletiva


O órgão fabrica até 70% do colesterol do corpo e suas células têm receptores específicos que recolhem o LDL-colesterol. A gordureba é, então, lançada para a bile e, de lá, vai parar no intestino, por onde se despede.


Só faltava essa!


A doença interfere no funcionamento de uma enzima, a PCSK9, que participa, dentro da célula, da degradação dos receptores de LDL-colesterol. Trabalhando além da conta, a PCSK9 contribui para os níveis de colesterol decolarem.

 

Tratamento rigoroso

1. As boas e velhas estatinas

Essa classe de comprimidos é a primeira opção terapêutica e costuma ser utilizada em parceria com outras drogas. As estatinas bloqueiam a fabricação de colesterol no fígado e estimulam a produção de receptores de LDL. É assim que faz baixar os níveis da gordura no sangue.


2. Estratégia intestinal


O medicamento ezetimiba, também de uso oral, interfere na absorção de colesterol no intestino, impedindo que parte dele seja canalizado para o organismo. Também instiga o surgimento de receptores de LDL no fígado, elevando a captação do colesterol circulante.


3. Os anticorpos monoclonais


Essas drogas biológicas são a principal promessa para controlar a hipercolesterolemia familiar. Injetadas, elas inibem a enzima PCSK9 no fígado, permitindo que sobrem mais receptores nas células hepáticas capazes de capturar moléculas de LDL-colesterol. Os anticorpos monoclonais já são usados em pacientes, mas ainda estão mais restritos a caráter de pesquisa, e devem ser combinados às estatinas para garantir maior efeito anticolesterol.

Fonte: Revista saude