Recentemente, Selena Gomez e Lady Gaga divulgaram que têm a doença. Saiba tudo sobre essa condição.
O problema
Seu nome completo é lúpus eritematoso sistêmico. Em
resumo, ele é um distúrbio crônico que faz o sistema imunológico
produzir anticorpos em excesso sem um motivo aparente. A questão é que
os anticorpos, quando em alta concentração, passam a atacar o próprio
organismo, provocando inflamações e lesões em vários órgãos. Rins, pulmões, pele e articulações são as áreas mais acometidas, porém a doença eventualmente atinge até cérebro e coração.
Mais comum nas mulheres jovens, o transtorno pode
ser brando em determinados casos e, em outros, incapacitante ou mesmo
fatal. E seu curso é imprevisível. Às vezes, o indivíduo fica anos sem
nenhum sintoma e, de repente, volta a sofrer com dores e outras
complicações. Até por isso é tão crucial seguir o tratamento e as
orientações dos especialistas.
Sinais e sintomas
- Dores nas articulações
- Febre
- Queda de cabelo
- Manchas avermelhadas, especialmente em rosto, pescoço, peito e cotovelos
- Feridas na boca
- Inchaço e vermelhidão ao redor das unhas
- Dor de cabeça
- Dor ao respirar
- Em casos graves, convulsões
Fatores de risco
- Alta exposição aos raios ultravioletas
- Usos de contraceptivos orais
- Histórico familiar
A prevenção
Não existem maneiras conhecidas de impedir o aparecimento da doença.
Por outro lado, quanto mais cedo ela é flagrada, mais fácil fica de
frear sua progressão e seus sintomas. Daí a importância de ficar de olho
em sinais suspeitos e se consultar com um médico.
O diagnóstico
Ele se baseia principalmente nos sintomas, especialmente se surgem em
mulheres jovens. Mesmo assim, a diversidade de manifestações que o
lúpus provoca no corpo dificulta seu diagnóstico frente a outros
possíveis distúrbios.
Nesse contexto, exames de sangue que medem a produção de anticorpos
são úteis. Mas, como alterações nos testes também apontam o dedo para
outras condições, eles não fecham o diagnóstico por si sós. No fim das
contas, é preciso fazer uma investigação detalhada para descobrir se o
paciente tem ou não lúpus.
O tratamento
Uma das primeiras tentativas dos profissionais para controlar a doença é usar anti-inflamatórios mais suaves. Mas, em casos descontrolados ou durante crises intensas, os corticoides
entram em cena. Eles são mais eficazes contra a inflamação decorrente
do lúpus, porém provocam efeitos colaterais significativos. Isso sem
contar que a utilização constante desses fármacos está associado à obesidade e ao diabete.
O médico pode ainda receitar drogas como o metrotrexato, a cloroquina
e outros imunossupressores. O objetivo é reduzir a atividade do sistema
imunológico e, com isso, os danos provocados por ele ao organismo da
pessoa. Qual a desvantagem? Esses medicamentos facilitam o surgimento de
infecções oportunistas, entre outras coisas.
Em caso aos chamados anticorpos monoclonais, que
bloqueiam a ação de uma substância específica. No caso do lúpus, o alvo
atende pelo nome de TNF-alfa. Essa substância incita inflamações pelo
corpo — bloquear sua ação, portanto, ameniza o problema.s específicos, é
necessário recorrer.
Fonte: Revista saúde
Café, chocolate, queijo... A lista das comidas por trás da enxaqueca é grande. Conheça as campeãs de reclamação.
A cena é clássica: o indivíduo começa a se comportar de maneira
diferente, a luz e o barulho parecem estar nas alturas e o incômodo é
tão forte que a única solução é escapar para um lugar escuro, deitar e
esperar a dor passar. Os ataques de enxaqueca,
tão tristemente famosos quanto misteriosos, são causados por uma lista
longa de fatores, das mudanças bruscas de temperatura ao esforço físico.
“O cérebro de quem sofre com a doença é mais sensível a estímulos e
desequilíbrios que normalmente não afetam outras pessoas”, resume
Fernando Kowacs, neurologista que coordena o Departamento de Cefaleia da
Academia Brasileira de Neurologia.
Com a sensibilidade aguçada, para essa turma até um simples lanchinho
pode dar origem ao suplício. “Estudos mostram que entre 12 e 60% dos
enxaquecosos relatam ter episódios após consumir determinado alimento”,
comenta Laís Bhering, nutricionista da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Para entender melhor como uma coisa está ligada a outra, pesquisadores da Universidade de Cincinnati,
nos Estados Unidos, revisaram mais de 180 estudos sobre o impacto do
menu na dor de cabeça. Eles concluíram que a associação é forte a ponto
de justificar uma mudança na abordagem do tratamento. “Atualmente, o
foco está nas medicações, mas deveria incluir mais as dietas preventivas
e os hábitos alimentares de cada um”, aponta Vincent Martin, médico da
instituição americana e um dos autores do trabalho.
A extensa investigação sugere dois caminhos para que as refeições
passem de vilãs a coadjuvantes no combate à doença. Primeiro, evitar os
ingredientes-gatilho (conheça os principais abaixo), tática que já é utilizada nos consultórios. O passo seguinte é priorizar uma alimentação que espante novas ocorrências.
O problema nessa história é que não dá apenas para dizer que aquela
taça de vinho ou o sanduíche do final de semana sejam com certeza os
causadores do incômodo. “O fato de um grande número de pessoas ter
enxaqueca depois de comer determinado alimento não quer dizer que isso
ocorrerá com todo mundo. Os fatores que disparam o problema são muito
individuais”, destaca Norma Fleming, neurologista e membro da Sociedade Brasileira para Estudo da Dor Crônica. Portanto, melhor é descobrir o que faz mal antes de adotar um cardápio específico.
Mesmo porque até itens saudáveis, como castanhas, frutas cítricas e banana-nanica,
podem desencadear crises em sujeitos sensíveis. Ainda não se sabe muito
bem por que isso ocorre, mas a teoria mais aceita diz que algumas
substâncias desses e de outros quitutes estimulariam além da conta o
sistema trigeminal, conjunto de nervos que recobre parte dos vasos
sanguíneos da cabeça. “Com a sensibilização excessiva, a própria
dilatação promovida pelo sangue circulando incomodaria, daí a dor
pulsante”, desvenda José Geraldo Speciali, da USP de Ribeirão Preto.
Como não há suspeitos únicos para todos os casos, restrições
agressivas estão fora de cogitação antes de uma confirmação sobre os
motivos por trás do distúrbio. O trabalho americano analisou, por
exemplo, a retirada do glúten das garfadas e viu que a proibição só
evitava cefaleia em portadores de doença celíaca, que não toleram a
proteína de jeito nenhum.
Já os regimes que proíbem carboidratos geram polêmica. Embora o
cérebro dependa da glicose obtida dessas moléculas para trabalhar
direito, há indícios de que sua limitação seja benéfica para os
enxaquecosos. “Para compensar a falta, o organismo usa gordura para
produzir corpos cetônicos, uma espécie de substituto, que teria efeito
preventivo”, aponta Martin. “Mas esse tipo de regime é perigoso. Só deve
ser adotado por recomendação médica e demanda monitoramento constante”,
avisa.
Se por um lado o cardápio não deve ser alterado bruscamente, por
outro há nutrientes que trazem, sim, alívio nesse cenário angustiante. O
ômega-3,
gordura do bem presente no azeite e nos peixes, é precioso aqui em
razão do seu efeito anti-inflamatório — suspeita-se que a enxaqueca seja
financiada pela abundância de moléculas inflamatórias em circulação. Na
mesma linha de pensamento, perder peso e fazer atividades físicas
ajudam porque o excesso de gordura financia a inflamação — e o exercício
aumenta a tolerância às fontes do estorvo. Encher o prato de vegetais,
ricos em antioxidantes, também tem efeito protetor nesse sentido.
Para encontrar o vilão, só mesmo ficando bem atento ao que não cai
bem. “Se o incômodo ocorre três em cada quatro vezes que você ingere
aquilo, é bem provável que esse seja um gatilho importante”, explica
Martin. E isso não quer dizer que é comeu, doeu. “O mal-estar se
manifesta até 48 horas depois da refeição”, complementa Laís. Uma das
táticas recomendadas pelos experts é manter um diário da dor, no qual
cada episódio é anotado junto com os hábitos alimentares, de sono e
ansiedade — que são outros fatores intimamente ligados à cefaleia.
Aliás, é importante vigiar os demais cúmplices dessa encrenca (confira alguns abaixo), que é considerada pela Organização Mundial da Saúde
a sexta doença mais incapacitante no planeta. O limite do organismo
ultrassensível não é preestabelecido. “O sistema límbico, que controla
nossas emoções, está envolvido no surgimento da dor. Logo, se estivermos
mais ansiosos ou cansados, há um risco maior de o alimento fazer mal”,
esclarece Norma Fleming. Seja como for, o ideal é procurar um
especialista para descartar outras doenças e apurar por que enxaquecas
mal resolvidas podem virar crônicas. Daí, o buraco é mais embaixo — e
merece outra reportagem.
Café
Ele e o cérebro vivem uma relação quase sempre de amor. Tanto é que,
na maioria das vezes, é a falta de cafeína que causa panes — aliás, ela
até está presente em vários analgésicos justamente por potencializar a
ação de alguns princípios ativos. “Quem toma a bebida diariamente pode
sentir desconforto depois de mais de 24 horas sem nenhuma dose”, explica
Vincent Martin.
Nesse contexto, se experimenta literalmente uma crise de abstinência.
“Se for o caso, uma xícara no começo do episódio até alivia um pouco”,
ensina José Geraldo Speciali, neurologista da Universidade de São Paulo
(USP), em Ribeirão Preto.
Por outro lado, o exagero faz mal especialmente aos pouco habituados,
mas não só a eles. “Beber quantidades maiores do que 400 miligramas por
dia aumenta o risco de a ansiedade aparecer mesmo se a pessoa estiver
acostumada, o que piora a enxaqueca”, completa o médico. Os
especialistas recomendam que o consumo fique em no máximo três xícaras
por dia. Vale lembrar que há cafeína também nos refrigerantes,
suplementos de academia e em outras bebidas.
Realçadores de sabor
O aditivo alimentar mais associado ao transtorno é o glutamato
monossódico. A substância tem vocação natural para atuar na massa
encefálica. “O que se acredita é que a presença dele excita o sistema
nervoso, ocasionando a dor”, detalha Laís, da UFMG.
No entanto, o ácido glutâmico, a base desse ingrediente, está
presente naturalmente em alimentos como carnes, queijos e alguns
legumes. Por isso, é difícil dizer se é ele mesmo o culpado. Parece que a
encrenca se dá com a versão feita em laboratório e encontrada em
congelados, no molho de soja e em outros industrializados. Ah, o estudo
da Universidade de Cincinnati mostrou que há uma variante mais perigosa
desse item. “Sua absorção aumenta quando ele está diluído em preparos
líquidos”, destaca Vincent Martin.
Salaminhos e companhia
Aqui o culpado é outro composto químico: o nitrito, usado para
preservar a cor rosada e dar sabor curado e defumado ao bacon, à
salsicha e a embutidos em geral. Em excesso, ele favorece a
vasodilatação, o que não é ruim — a menos que você esteja entre os 15%
dos brasileiros que têm enxaqueca.
Nesse grupo, o relaxamento dos vasos quando o sangue passa causa dor
porque as terminações nervosas que recobrem esses caminhos estão
hipersensíveis. Aí qualquer onda é percebida como um tsunami. “Mas vale
esclarecer que a vasodilatação é precedida por outros fenômenos e não é a
causa em si do problema”, diferencia Kowacs. “Agora, a influência do
nitrito sobre outras substâncias pode ocasionar uma crise até seis horas
depois de ele ser ingerido”, completa.
Álcool
Não é preciso nenhum estudo para perceber que a bebedeira bagunça a
cabeça. Por isso, vale aqui uma diferenciação. Há a dor da ressaca,
causada pela desidratação e por outros efeitos do abuso de álcool no
organismo, e há a enxaqueca disparada por drinques específicos, quando
basta uma dose para estragar a happy hour. Nesse quesito, o campeão é o vinho tinto,
cheio de moléculas benéficas para as artérias, mas disparadoras de dor
para alguns azarados. E, diferentemente do que muita gente pensa, não é a
qualidade ou a origem da bebida que fazem estrago.
“Um estudo já comparou as queixas depois de goles de rótulos
nacionais e importados e viu que mais gente reclamava após tomar o vinho
francês”, conta Kowacs. Também, entram no rol inglório de perturbadoras
da paz cerebral a vodca, a cerveja e outras bebidas fermentadas.
“Parece haver uma ação das aminas presentes no líquido em alguns
neurotransmissores envolvidos no desenvolvimento da crise”, aponta Laís.
Nesse caso, não tem muita solução a não ser cortar as taças da rotina
até que o problema esteja sob controle. Já para evitar a dor de cabeça
comum, a dica é tomar água entre as doses e não brindar de barriga vazia
— além de beber com moderação, sempre.
Chocolate
Eis um clássico na lista. É que o cacau contém teobromina, substância
com efeito estimulante e vasodilatador também encontrada no vinho tinto
— e algumas pessoas são sensíveis a ela. O chocolate branco até tem
essa molécula, mas em menores quantidades. E há ainda uma associação
curiosa nessa história: o desejo incontrolável pelo doce. “Muitos dizem
que o chocolate foi o estopim, mas na verdade a própria fissura já é um
sinal do comportamento alterado que precede a crise de enxaqueca em 60%
dos casos”, decifra Kowacs.
A fase que antecede o sofrimento é chamada de pródromo e começa até
dois dias antes da dor em si. Além da vontade intensa, durante esse
tempo é normal sentir alterações de humor, como irritabilidade, euforia e
picos de energia, sem contar perrengues como enjoo. O quadro ainda está
sendo investigado pela ciência, mas já se sabe que provoca alterações
no hipotálamo — importante região do cérebro que comanda a resposta
emocional ao metabolismo — e diminui o nível de alguns
neurotransmissores.
Queijos
Embora os gordurosos levem a fama, qualquer variedade é capaz de
ofender o sistema nervoso dos mais suscetíveis. “Como são derivados
lácteos, todos os queijos possuem componentes que servem de gatilho à
dor, a exemplo de proteínas grandes demais para serem digeridas e
potencialmente alergênicas”, diz Laís. Nos organismos mais sensíveis,
essas proteínas são confundidas com agentes agressores e atacadas pelas
defesas do corpo, numa reação em cadeia que leva ao desconforto.
Mas a balança pesa mesmo para os tipos mais calóricos, caso do
gorgonzola e do parmesão, e os curados e envelhecidos. “Ainda não temos
muitos estudos sobre os mecanismos desse processo, mas parece que a
própria gordura, presente em maiores quantidades, favoreceria o ataque”,
completa a nutricionista. Sem contar que o queijo tem tiramina,
componente encontrado em outros itens desta lista negra como o… vinho!
Outros fatores que abalam a cuca
Jejum
A fome e a sede dão dor de cabeça mesmo em quem não sofre com a
enxaqueca. E pelo motivo mais óbvio: a falta de combustível para o
cérebro.
Sono
As poucas horas de descanso refletem no dia seguinte, mas até o
excesso de tempo na cama pode bagunçar o coreto. O ideal é manter a
rotina.
Ambiente
Cheiros fortes ou mesmo bem específicos, como certo perfume, claridade, luzes coloridas e muito barulho também entram na lista.
Estresse
É batata: se a tensão está em alta, não há dieta que dê conta de
aliviar a dor. Não é à toa que ele é considerado o principal
desencadeante das crises.
Doenças
O médico precisa ser consultado sempre para descartar outros males que têm a cefaleia como sintoma, a exemplo de derrames, meningite e até tumores.
Fonte: Revista saúde