O Colégio Americano de Alergia, Asma e Imunologia criou cinco
tópicos sobre asma infantil aos quais pais e médicos devem estar sempre
de olho. Confira a importância de cada um e, se for o caso, aplique as
perguntas em casa.
1. A asma faz a criança evitar a prática de esportes ou de outros exercícios?
Cansaço depois de uma simples corrida e pouca vontade para jogar bola
não raro são encarados como sintomas naturais da asma. Alguns pais até
acreditam que seu filho só é quietinho, simples assim, repara Márcia
Pizzichini, pneumologista e coordenadora da Comissão de Asma da
Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia. Nada disso! A falta de
fôlego ou a resistência diante das atividades físicas são indícios de
que a doença não está controlada logo, a situação precisa ser
repassada ao médico. É fundamental comparar se a criança gasta energia
como as outras, completa Márcia. Até porque suar a camisa atenua as
manifestações da enfermidade e evita o ganho de peso.
2. O pequeno vem faltando com frequência na sala de aula?
A asma é um importante fator de absenteísmo escolar. Tanto que, nos
Estados Unidos, ela está entre as principais causas de cadeiras vazias
nas classes. Mas isso não quer dizer que seja normal, mesmo para um
jovem com o problema, ausentar-se várias vezes das aulas. Quando isso
ocorre, converse com o profissional de saúde. O Colégio Americano de
Alergia, Asma e Imunologia ressalta que, se a criança é tratada por um
alergologista certificado, o tempo fora da escola diminui até 77%. As
faltas, aliás, ainda podem indicar que o paciente está dormindo mal.
Crises durante o sono são comuns e tiram a disposição para sair da
cama, alerta a pediatra Fátima Rodrigues, do Hospital Infantil Sabará,
em São Paulo.
3. Quando o jovem sai de casa ou entra nela, será que os sinais tendem a piorar?
Cerca de 80% da molecada asmática apresenta alguma outra alergia. E uma
forma de identificar a partícula que a desencadeia é ver a reação do
seu filho ao chegar em certo ambiente, seja interno, seja externo.
Espirros, coriza e coceira sugerem que há algo incomodando as vias
respiratórias. Entre os deflagradores de alergias estão pelos de
animais, carpetes, mofo, pólen e cigarro. Evitar contato com esses
elementos é um passo, mas a criança não poderá viver para sempre em uma
bolha. Especialmente em casos graves ou em que o alérgeno está muito
presente como os ácaros , recomenda-se um tratamento para deixar o
sistema imune menos sensível.
4. A criança se sente triste ou diferente de seus amigos?
Falta de ar e baixo rendimento nos esportes, só para citar duas
consequências da asma, podem minar a autoestima e isolar garotos e
garotas do convívio com os outros. Para ter ideia, o Colégio Americano
de Alergia, Asma e Imunologia alerta que quase metade deles já se sentiu
deprimido ou excluído motivos de sobra para manter o quadro sob
rédeas curtas. Às vezes, o próprio estado emocional predispõe a uma
crise, salienta a alergologista pediátrica Cinara Sorice, do Hospital
Pequeno Príncipe, em Curitiba. Se o pequeno estiver para baixo, tente
animá-lo ou leve-o para se divertir com os amigos. E, de novo, busque a
orientação do especialista.
5. A asma e seus sintomas parecem ter desaparecido?
Em diversos casos, o paciente mirim aprende a lidar com um
condicionamento físico limitado que, vale repetir, não é positivo.
Fica, por exemplo, mais na dele e evita sair de casa para não despertar
nenhuma reação. E, embora isso possa ser visto como sinal de melhora
afinal, a tosse e o chiado no peito surgem com menos frequência , na
verdade é um indício de que a encrenca está limitando pra valer a vida
daquela criança. Segundo Fátima Rodrigues, não existe uma cura para a
asma, mas é possível controlá-la sem restringir o dia a dia de ninguém.
Diagnosticado um sintoma da doença, é essencial tratá-la e acompanhá-la
sempre, conclui.
Fonte: Reista saude - aditora abril
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