6 motivos para você comer ovo sempre
Ele já foi o vilão da alimentação por causa do
colesterol e, apesar de a ciência demonstrar que seus teores não se
revertem em malefício dentro do corpo, ainda há quem receie botá-lo no
prato. Uma nova leva de estudos, porém, vem destruir
qualquer temor: o ovo pode até fazer bem ao coração. E seu status de
aliado da saúde vai além: ele bate de frente com o ganho de peso, o
diabete e a perda de memória.
Consumido sempre, ele tira a fome, evita perda de memória e protege o coração.
1. Favorece a perda de peso
O ovo acaba de ser apontado como um dos principais alimentos capazes
de aumentar a saciedade e prevenir ataques de gulodice – especialmente
se for incluído no café da manhã. A sensação de barriga cheia se
justifica facilmente: o produto da galinha é uma excelente fonte de
proteínas, nutriente que suprime o apetite por mais tempo. Mas não
adianta ingeri-lo no desjejum e deixar de adotar outras medidas a fim de
manter ou perder peso. Para economizar nas calorias do próprio ovo
matinal, por exemplo, use pouquíssimo (ou nenhum) óleo no preparo e
evite acompanhamentos como bacon e presunto. Foi esse combo que
contribuiu para a má fama do ovo no decorrer dos anos.
2. Conserva os músculos
Já viu aqueles ratos e ratas de academia que levam um pote de claras
pra comer no trabalho? Pois, exageros à parte, eles estão cobertos de
razão em escolher essa porção do ovo para alimentar a musculatura. Tudo
por causa das já citadas proteínas, que abundam na parte branquinha. A
principal delas é a albumina – que serve de matéria-prima inclusive para
suplementos. "O ideal é que a clara seja consumida após o treino,
porque é bem nesse período que ocorre a degradação e a formação dos
músculos", orienta o educador físico Herbert Lancha Júnior, professor da
Universidade de São Paulo (USP). "A recomendação é consumir até duas
claras depois do exercício, de preferência com uma fonte de carboidrato,
como tapioca ou pão integral", ensina a nutricionista Paula Crook, da
PB Consultoria em Nutrição, na capital paulista.
3. Resguarda as artérias
Se um dia o ovo foi apedrejado, o motivo estava no fato de sua gema
ser um reduto de colesterol. A acusação acabou caindo por terra quando
se descobriu que, ao mesmo tempo que fornecia o componente, o alimento
também continha substâncias que bloqueavam sua chegada à corrente
sanguínea. "Hoje se sabe que apenas um terço do colesterol da dieta é
realmente absorvido", esclarece o cardiologista Raul Dias dos Santos, do
Instituto do Coração, o InCor, em São Paulo. Parece estranho dizer
isso, mas o colesterol dos alimentos não se traduz necessariamente em
mais colesterol trafegando pelos vasos. No caso dos ovos, um estudo da
Universidade de Connecticut, nos Estados Unidos, até indica que o
consumo diário daria uma força para o aumento da fração boa do
colesterol, o HDL.
4. Protege a visão
Abra bem os olhos antes de descartar a gema do ovo. É lá que você
encontra duas substâncias caras aos globos oculares: a luteína e a
zeaxantina. Estamos falando de pigmentos com propriedades antioxidantes
capazes de se acumular na retina, o tecido no fundo dos olhos que
converte as imagens em impulsos lidos pelo cérebro. Em um estudo da
Universidade de Massachussets, nos Estados Unidos, os experts viram que o
consumo de duas a quatro gemas por dia durante cinco semanas teve um
efeito contra a degeneração da mácula, a porção central da retina e
responsável pela captação dos detalhes.
5. Encara o diabete
A notícia veio contra tudo o que se falava até então: estudiosos da
Universidade da Finlândia Oriental analisaram, por quase 20 anos, 2 332
homens de 42 a 60 anos e observaram que os fãs de ovos estavam menos
propensos ao diabete tipo 2. "Nosso achado contrasta com levantamentos
anteriores, que ainda associavam o consumo de ovos a um pior estilo de
vida", relata o professor de epidemiologia da nutrição Jyrki Virtanen. O
menor risco de diabete foi encontrado em pessoas que ingeriram cerca de
quatro unidades por semana. "O alimento tem um conjunto de componentes
vantajosos, incluindo substâncias anti-inflamatórias, que atuariam
contra o descompasso da glicose", afirma Virtanen. Para o
endocrinologista Carlos Eduardo Barra Couri, da USP de Ribeirão Preto, é
difícil bater o martelo sobre esse papel preventivo. "A pesquisa
depende de questionários preenchidos pelos participantes, sujeitos a
equívocos, e não consegue excluir fatores que influenciariam o
desfecho", argumenta. Mas e quem já tem diabetes e precisa ficar ficar
mais atento ao colesterol? Um novo trabalho australiano avaliou a
ingestão de ovos em 140 diabéticos e constatou que duas unidades por
dia, ao longo de um mês e meio, não pioram o perfil de gordura no
sangue. Mesmo diante desse resultado, convém ponderar com seu médico.
"Ovo não é remédio, mas pode ser bem-vindo dentro de uma alimentação
adequada", diz Couri.
6. Preserva a memória
A gema (olha ela de novo!) é um dos principais reservatórios de
colina, uma vitamina que, lá no cérebro, tem a nobre função de ajudar a
cuca a processar e a guardar lembranças. Ela é ingrediente para a
formação de um neurotransmissor chamado acetilcolina. "E a maioria das
vias neurais responsáveis pela memória depende da acetilcolina", explica
a nutricionista e mestra em neurociências Selma Dovichi, professora da
Universidade Federal do Triângulo Mineiro. Segundo as orientações
atuais, a necessidade diária de colina é de 425 miligramas para as
mulheres e 550 para os homens. "Uma gema de ovo oferece aproximadamente
238 miligramas", conta Selma. É praticamente metade da quantidade
recomendada. Alguns estudos já sugerem que a ingestão de colina está
associada a uma melhor performance cognitiva. Para coroar, a luteína e a
zeaxantina da gema (de novo, de novo!) também parecem interferir
positivamente na massa cinzenta.
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