Estudo comprova que a trans está por trás de falhas de memória. E pior: seus efeitos já podem aparecer em pessoas jovens
Que ela
faz um mal danado ao coração, quase todo mundo lembra e ninguém
questiona. Mas a repercussão de alimentos ricos em trans (bolachas,
salgadinhos, sorvetes...) alguns palmos acima do peito, lá no cérebro,
ainda é um terreno novo entre os estudiosos da nutrição. Terreno que foi
chacoalhado por uma pesquisa da Universidade da Califórnia, nos Estados
Unidos. Ela traz dados robustos de que o consumo frequente de produtos
industrializados cheios de gordura é capaz de comprometer a memória – e
muito antes de os cabelos brancos surgirem.
Os cientistas pediram a 1 018 homens, com idade entre 20 e 45 anos,
que respondessem a um questionário sobre hábitos alimentares – um dos
tópicos era a carga de trans no cardápio. Depois das perguntas todos
participaram de um teste de memória simples, em que assistiam a uma
sequência de palavras. A única tarefa dos voluntários era dizer se o que
eles estavam lendo naquele momento era igual ao que tinham visto antes.
Aí veio a surpresa: a cada grama ingerido do ingrediente, o sujeito se
esquecia de 0,76 palavra. “Isso significa que, num exame com 86
vocábulos, as pessoas que comiam muito dessa gordura erravam 11 termos a
mais em comparação com quem a evitava no prato”, explica a médica
Beatrice Golomb, líder da investigação. A diferença é considerada
enorme, ainda mais quando se leva em conta a idade dos participantes.
Ora, é entre os 20 e os 45 anos que o indivíduo se forma e cresce na
vida acadêmica e profissional – fase crítica para o cérebro trabalhar.
Com uma gordura interfere nas atividades dos neurônios?
Numa ação chamada pró-oxidante, a trans promove, dentro do organismo,
uma enxurrada de radicais livres, moléculas que, em excesso, danificam
as células nervosas – inclusive nas áreas cerebrais que retêm as
lembranças. “O abuso de itens ricos em trans também está associado ao
ganho de peso, que, por sua vez, impacta negativamente na massa
cinzenta”, acrescenta o neurologista Paulo Bertolucci, da Universidade
Federal de São Paulo
A partir de que quantidade é prejudicial?
Apesar de a presença do ingrediente ter sido reduzida no mercado nos
últimos anos, o assunto ainda preocupa os profissionais de saúde – até
porque produtos mais baratos permanecem lotados dessa gordura. “A trans
deve representar, no máximo, 1%, ou 2,2 gramas, das calorias diárias”,
indica a nutricionista Selma Sanches Dovichi, da Universidade Federal
do Triângulo Mineiro.
Se pensarmos que uma porção de batata frita pré-cozida tem 6 gramas
de trans e uma única fatia de pizza congelada leva 1,1 grama,
ultrapassar esse limite é mais fácil do que se imagina. E o mesmo
raciocínio se aplica a quem se entrega aos pacotes de bolacha recheada
ou salgadinho. “Quanto menos trans na dieta, melhor”, frisa Silva.
Estudo comprova que a trans está por trás de falhas de memória. E pior: seus efeitos já podem aparecer em pessoas jovens
Que ela
faz um mal danado ao coração, quase todo mundo lembra e ninguém
questiona. Mas a repercussão de alimentos ricos em trans (bolachas,
salgadinhos, sorvetes...) alguns palmos acima do peito, lá no cérebro,
ainda é um terreno novo entre os estudiosos da nutrição. Terreno que foi
chacoalhado por uma pesquisa da Universidade da Califórnia, nos Estados
Unidos. Ela traz dados robustos de que o consumo frequente de produtos
industrializados cheios de gordura é capaz de comprometer a memória – e
muito antes de os cabelos brancos surgirem.
Os cientistas pediram a 1 018 homens, com idade entre 20 e 45 anos,
que respondessem a um questionário sobre hábitos alimentares – um dos
tópicos era a carga de trans no cardápio. Depois das perguntas todos
participaram de um teste de memória simples, em que assistiam a uma
sequência de palavras. A única tarefa dos voluntários era dizer se o que
eles estavam lendo naquele momento era igual ao que tinham visto antes.
Aí veio a surpresa: a cada grama ingerido do ingrediente, o sujeito se
esquecia de 0,76 palavra. “Isso significa que, num exame com 86
vocábulos, as pessoas que comiam muito dessa gordura erravam 11 termos a
mais em comparação com quem a evitava no prato”, explica a médica
Beatrice Golomb, líder da investigação. A diferença é considerada
enorme, ainda mais quando se leva em conta a idade dos participantes.
Ora, é entre os 20 e os 45 anos que o indivíduo se forma e cresce na
vida acadêmica e profissional – fase crítica para o cérebro trabalhar.Com uma gordura interfere nas atividades dos neurônios?
Numa ação chamada pró-oxidante, a trans promove, dentro do organismo, uma enxurrada de radicais livres, moléculas que, em excesso, danificam as células nervosas – inclusive nas áreas cerebrais que retêm as lembranças. “O abuso de itens ricos em trans também está associado ao ganho de peso, que, por sua vez, impacta negativamente na massa cinzenta”, acrescenta o neurologista Paulo Bertolucci, da Universidade Federal de São PauloA partir de que quantidade é prejudicial?
Apesar de a presença do ingrediente ter sido reduzida no mercado nos últimos anos, o assunto ainda preocupa os profissionais de saúde – até porque produtos mais baratos permanecem lotados dessa gordura. “A trans deve representar, no máximo, 1%, ou 2,2 gramas, das calorias diárias”, indica a nutricionista Selma Sanches Dovichi, da Universidade Federal do Triângulo Mineiro.Se pensarmos que uma porção de batata frita pré-cozida tem 6 gramas de trans e uma única fatia de pizza congelada leva 1,1 grama, ultrapassar esse limite é mais fácil do que se imagina. E o mesmo raciocínio se aplica a quem se entrega aos pacotes de bolacha recheada ou salgadinho. “Quanto menos trans na dieta, melhor”, frisa Silva.
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