Estudos
sugerem que o consumo diário ajuda a prevenir vários tipos de tumor. Na
contramão existem indícios de que os fãs da bebida correriam maior
risco de desenvolver a doença em alguns órgãos.
O café,
há algum tempo, é alvo de experimentos em laboratório e análises
populacionais. Já está comprovado que ele possui substâncias, caso da
cafeína, que evitam danos às células - processo que culmina, entre
outras doenças, no câncer. Em um estudo assinado pelo governo americano,
englobando dados de mais de 400 mil pessoas, seu consumo foi associado a
uma menor mortalidade por todas as causas. Só havia uma exceção: o
câncer. Não é que o café piorava as coisas, mas... Começaram a pingar
trabalhos focados na relação entre a ingestão da bebida e a incidência
de tumores específicos. Fomos investigar. Aí descobrimos que, segundo
essas evidências, pessoas que tomam café enfrentam menos câncer de mama,
intestino... E, pelo contrário, a bebida elevaria o perigo no estômago,
nos pulmões...
EFEITO POSITIVO
Intestino
A evidência
As provas do papel protetor vêm tanto do Oriente como do Ocidente. No
Centro Nacional do Câncer do Japão, o acompanhamento de 1435 pessoas
detectou que a ingestão frequente de café ajuda a evitar o surgimento de
lesões precursoras de tumores nos confins do aparelho digestivo. Já um
estudo do Instituto Nacional do Câncer americano tentou fazer uma
apuração mais profunda: ao contrastar exames de sangue entre sujeitos
com e sem câncer colorretal, os pesquisadores notaram que os indivíduos
livres do problema apresentavam mais substratos derivados do café
correndo pelas veias - indício de que a bebida estaria defendendo o
organismo.
A conclusão
Claro que não adianta tomar baldes de café pensando em se blindar
contra o câncer. Nunca é demais lembrar que a propensão ao mal é mediada
pelos genes e outros hábitos. Mas umas xícaras por dia parecem ser
realmente bem-vindas ao intestino. E a bioquímica começa a decifrar. "A
cafeína pode acelerar a passagem de substâncias cancerígenas pelo trato
digestivo, reduzindo o tempo de exposição a elas", explica o nutrólogo
Dan Waitzberg, professor da Universidade de São Paulo. "Já moléculas
como o caveol e o cafestol estimulam enzimas que diminuem a atividade
dos agentes perigosos", completa.
Fígado
A evidência
Pesquisadores baseados na Califórnia, nos Estados Unidos,
investigaram como o café se comportaria nesse caso. Para amplificar a
validade dos seus resultados, fizeram questão de recrutar mais de 160
mil americanos de etnias diversas: brancos, negros, de origem latina,
asiática... E aí foi um brinde ao café. Pessoas que tomavam de duas a
três xícaras por dia corriam um risco 38% menor de ter câncer no fígado
em comparação com quem mantinha distância dos goles.
A conclusão
Parte dos componentes da bebida passa pela maior glândula do corpo
para ser processada no organismo. Nesse trajeto, é provável que as
células do fígado sejam agraciadas com uma dose de benefício. No
entanto, de nada vale ser fã do cafezinho se o álcool aparece em excesso
na rotina ou a dieta é calórica e pura gordura - o abuso etílico e a
obesidade botam qualquer vantagem a perder.
EFEITO NEGATIVO
Estômago
A evidência
Agora a coisa começa a ficar preta pro café. Após uma revisão de
trabalhos englobando mais de 300 mil pessoas, pesquisadores chineses
acusam a bebida de patrocinar o câncer gástrico. Já o Epic Study,
embasado no acompanhamento de milhares de europeus, conclui que o café
não eleva o risco de maneira geral, mas pode, sim, estar ligado a uma
maior propensão a tumores na divisa entre o estômago e o esôfago.
A conclusão
Calma! Não é para abolir o cafezinho. A menos que você tenha refluxo
ou uma gastrite pesada - mesmo assim, vale uma conversa com seu médico.
"O café é desaconselhado a quem tem refluxo porque a cafeína relaxa o
esfíncter que separa o estômago do esôfago. Aí o ácido volta e vem
aquela queimação", diz a nutricionista Mônica Pinto, da Associação
Brasileira da Indústria de Café. Em caso de gastrite, o conselho é tomar
a bebida após a refeição, nunca de barriga vazia. E jamais abusar.
Pulmões
A evidência
Uma das únicas meta-análises a destrinchar o possível impacto da
ingestão de café nos órgãos-chave do sistema respiratório foi amparada
em dados de cerca de 110 mil indivíduos e concluiu que o hábito pode
elevar o risco de câncer. Os próprios autores ponderam, contudo, que
fatores de confusão como o tabagismo se intrometem tanto na história que
não é possível para dar um veredicto.
A conclusão
Esse é um caso em que o café está mais para figurante do que para
ator coadjuvante. "Há perigo se o consumo da bebida estiver associado ao
cigarro", avalia Waitzberg, que acaba de presidir o Ganepão, um dos
maiores congressos de nutrição do país. É verdade que muita gente que
fuma adora um cafezinho, mas daí a repartir a culpa da fumaceira com ele
chega a ser um exagero. Dentro de uma rotina saudável, uns goles
diários só vão ajudar a fornecer energia à sua vida.
Aceita uma xícara?
Os tipos de preparo podem influir nas propriedades
Coado
É a versão mais consumida no Brasil. Ainda bem. Quando se usa o
filtro, a gente impede que compostos potencialmente ruins caiam na
bebida. Só não vá ferver o pó junto com a água.
Espresso
Já popular por aqui, é mais forte que o tipo coado. Desse modo,
resquícios dos grãos conseguem acessar mais o que vai pra xícara. Por
essas e outras, dois copinhos por dia estariam de bom tamanho.
Italiano
É feito com aquela cafeteira pequena sobre o fogão. Nesse caso,
substratos do grão torrado também chegam mais aos goles. Depois que a
bebida fica pronta, evite deixar um tempo extra no fogo.
Fonte: Revista saúde
Estudos
sugerem que o consumo diário ajuda a prevenir vários tipos de tumor. Na
contramão existem indícios de que os fãs da bebida correriam maior
risco de desenvolver a doença em alguns órgãos.
O café,
há algum tempo, é alvo de experimentos em laboratório e análises
populacionais. Já está comprovado que ele possui substâncias, caso da
cafeína, que evitam danos às células - processo que culmina, entre
outras doenças, no câncer. Em um estudo assinado pelo governo americano,
englobando dados de mais de 400 mil pessoas, seu consumo foi associado a
uma menor mortalidade por todas as causas. Só havia uma exceção: o
câncer. Não é que o café piorava as coisas, mas... Começaram a pingar
trabalhos focados na relação entre a ingestão da bebida e a incidência
de tumores específicos. Fomos investigar. Aí descobrimos que, segundo
essas evidências, pessoas que tomam café enfrentam menos câncer de mama,
intestino... E, pelo contrário, a bebida elevaria o perigo no estômago,
nos pulmões...
EFEITO POSITIVO
Intestino
A evidência
As provas do papel protetor vêm tanto do Oriente como do Ocidente. No Centro Nacional do Câncer do Japão, o acompanhamento de 1435 pessoas detectou que a ingestão frequente de café ajuda a evitar o surgimento de lesões precursoras de tumores nos confins do aparelho digestivo. Já um estudo do Instituto Nacional do Câncer americano tentou fazer uma apuração mais profunda: ao contrastar exames de sangue entre sujeitos com e sem câncer colorretal, os pesquisadores notaram que os indivíduos livres do problema apresentavam mais substratos derivados do café correndo pelas veias - indício de que a bebida estaria defendendo o organismo.A conclusão
Claro que não adianta tomar baldes de café pensando em se blindar contra o câncer. Nunca é demais lembrar que a propensão ao mal é mediada pelos genes e outros hábitos. Mas umas xícaras por dia parecem ser realmente bem-vindas ao intestino. E a bioquímica começa a decifrar. "A cafeína pode acelerar a passagem de substâncias cancerígenas pelo trato digestivo, reduzindo o tempo de exposição a elas", explica o nutrólogo Dan Waitzberg, professor da Universidade de São Paulo. "Já moléculas como o caveol e o cafestol estimulam enzimas que diminuem a atividade dos agentes perigosos", completa.Fígado
A evidência
Pesquisadores baseados na Califórnia, nos Estados Unidos, investigaram como o café se comportaria nesse caso. Para amplificar a validade dos seus resultados, fizeram questão de recrutar mais de 160 mil americanos de etnias diversas: brancos, negros, de origem latina, asiática... E aí foi um brinde ao café. Pessoas que tomavam de duas a três xícaras por dia corriam um risco 38% menor de ter câncer no fígado em comparação com quem mantinha distância dos goles.A conclusão
Parte dos componentes da bebida passa pela maior glândula do corpo para ser processada no organismo. Nesse trajeto, é provável que as células do fígado sejam agraciadas com uma dose de benefício. No entanto, de nada vale ser fã do cafezinho se o álcool aparece em excesso na rotina ou a dieta é calórica e pura gordura - o abuso etílico e a obesidade botam qualquer vantagem a perder.EFEITO NEGATIVO
Estômago
A evidência
Agora a coisa começa a ficar preta pro café. Após uma revisão de trabalhos englobando mais de 300 mil pessoas, pesquisadores chineses acusam a bebida de patrocinar o câncer gástrico. Já o Epic Study, embasado no acompanhamento de milhares de europeus, conclui que o café não eleva o risco de maneira geral, mas pode, sim, estar ligado a uma maior propensão a tumores na divisa entre o estômago e o esôfago.A conclusão
Calma! Não é para abolir o cafezinho. A menos que você tenha refluxo ou uma gastrite pesada - mesmo assim, vale uma conversa com seu médico. "O café é desaconselhado a quem tem refluxo porque a cafeína relaxa o esfíncter que separa o estômago do esôfago. Aí o ácido volta e vem aquela queimação", diz a nutricionista Mônica Pinto, da Associação Brasileira da Indústria de Café. Em caso de gastrite, o conselho é tomar a bebida após a refeição, nunca de barriga vazia. E jamais abusar.Pulmões
A evidência
Uma das únicas meta-análises a destrinchar o possível impacto da ingestão de café nos órgãos-chave do sistema respiratório foi amparada em dados de cerca de 110 mil indivíduos e concluiu que o hábito pode elevar o risco de câncer. Os próprios autores ponderam, contudo, que fatores de confusão como o tabagismo se intrometem tanto na história que não é possível para dar um veredicto.A conclusão
Esse é um caso em que o café está mais para figurante do que para ator coadjuvante. "Há perigo se o consumo da bebida estiver associado ao cigarro", avalia Waitzberg, que acaba de presidir o Ganepão, um dos maiores congressos de nutrição do país. É verdade que muita gente que fuma adora um cafezinho, mas daí a repartir a culpa da fumaceira com ele chega a ser um exagero. Dentro de uma rotina saudável, uns goles diários só vão ajudar a fornecer energia à sua vida.Aceita uma xícara?
Os tipos de preparo podem influir nas propriedadesCoado
É a versão mais consumida no Brasil. Ainda bem. Quando se usa o filtro, a gente impede que compostos potencialmente ruins caiam na bebida. Só não vá ferver o pó junto com a água.Espresso
Já popular por aqui, é mais forte que o tipo coado. Desse modo, resquícios dos grãos conseguem acessar mais o que vai pra xícara. Por essas e outras, dois copinhos por dia estariam de bom tamanho.Italiano
É feito com aquela cafeteira pequena sobre o fogão. Nesse caso, substratos do grão torrado também chegam mais aos goles. Depois que a bebida fica pronta, evite deixar um tempo extra no fogo.
Fonte: Revista saúde
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