Lançar mão de soluções salinas é regra básica para controlar a rinite alérgica. Mas não adianta fazer isso só durante as crises.
Para
quem convive com espirros, coriza e sensação de nariz entupido, dar um
banho nas fossas nasais é tão importante quanto escovar os dentes. Achou
exagerado? Não é, não. Adotar soluções salinas para higienizar o nariz
faz toda a diferença no contra-ataque à rinite alérgica, inflamação da
mucosa nasal desencadeada por elementos como ácaro e que chegar a abalar
a produtividade no dia a dia. Segundo João Ferreira de Mello Júnior,
professor de otorrinolaringologia da Universidade de São Paulo, é comum
que a congestão nasal e outros sintomas atrapalhem até o sono. “Aí, sem
dormir direito, a pessoa não consegue se concentrar na escola ou no
trabalho”, observa.
O antídoto contra essas chateações é simples, mas exige
compromisso na agenda: a lavagem diária. Uma revisão de trabalhos
científicos realizada por médicos do Hospital Municipal de Karlsruhe e
da Universidade de Colônia, na Alemanha, constatou que a limpeza da
cavidade nasal minimiza as manifestações da rinite, aumenta a qualidade
de vida e permite diminuir em cerca de 60% a necessidade de remédios
mais fortes.
“Ela melhora os mecanismo de defesa do nariz, hidrata a mucosa e
torna mais fluida a secreção produzida em excesso em resposta aos
agentes alérgenos”, explica Talita Poli Biason, gerente médica da
unidade de medicamentos isentos de prescrição do Laboratório Aché. Só
que, para colher todos esses benefícios, o recomendado é recorrer ao
procedimento pelo menos duas vezes ao dias – e todo santo dia. Isso
mesmo quando o nariz está numa boa. Afinal, a lavagem é um método
preventivo. Ainda assim, se a crise se instalar, a tática pode ser
aplicada à vontade, porque otimiza a recuperação e não apresenta riscos à
saúde.
A solução salina de que tanto falamos tem como ingrediente o cloreto
de sódio a 0,9%. É a base do soro fisiológico e de produtos específicos
para o nariz, sendo que alguns deles contam com a adição de um
conservante. Essa porcentagem na fórmula indica que a solução é
isotônica, ou seja, não há possibilidade de ela desidratar a mucosa
nasal. Os produtos são facilmente encontrados em farmácias, mas vale ter
em mente que certos indivíduos podem ser sensíveis ao conservante no
líquido.
Também é preciso ficara tento para não confundir soluções salinas com
medicamentosas, que possuem corticoides, por exemplo. “Esse tipo de
tratamento está mais moderno e hoje oferece pouco risco, mas só deve ser
usado com orientações médica”, avisa o otorrino Fabrizio Romano, membro
da diretoria da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e
Cirurgia Cérvico-Facial. Já alguns descongestionantes, à base de
substâncias vasoconstritoras, até aliviam a jato, só que podem viciar e
não eliminam a rinite.
Agora, pensando em lavagem mesmo, não funcionaria juntar água
filtrada e sal por conta própria numa receita caseira? Essa é uma
questão que divide opiniões. Poder fazer em casa até pode. Porém, existe
o risco de errar a mão na quantidade ou contaminar os ingredientes, o
que irritará ainda mais as narinas. “O problema é que as pessoas têm
dificuldade para entender medidas, e isso pode comprometer o efeito da
solução”, nota Mello.
Outra opção que aparece na farmácia é o irrigador nasal, apetrecho de
plástico ou cerâmica cujo formato lembra uma lâmpada de gênio. Essa
ferramenta, por assim dizer, envolve um processo mais complexo que a
lavagem em si, uma vez que a solução salina chega até os seios da face.
“Ela é mais recomendada para quem tem sinusite crônica. Sem indicação
médica, pode ser uma técnica agressiva”, explica Talita. Por falar no
especialista, a rinite alérgica pede acompanhamento inclusive para
identificar o gatilho das crises e traçar o melhor plano terapêutico.
Saiba, no entanto, que o paciente sairá do consultório com uma tarefa
diária a cumprir: lavar o nariz.
Fonte: Revista saúde
Lançar mão de soluções salinas é regra básica para controlar a rinite alérgica. Mas não adianta fazer isso só durante as crises.
Para
quem convive com espirros, coriza e sensação de nariz entupido, dar um
banho nas fossas nasais é tão importante quanto escovar os dentes. Achou
exagerado? Não é, não. Adotar soluções salinas para higienizar o nariz
faz toda a diferença no contra-ataque à rinite alérgica, inflamação da
mucosa nasal desencadeada por elementos como ácaro e que chegar a abalar
a produtividade no dia a dia. Segundo João Ferreira de Mello Júnior,
professor de otorrinolaringologia da Universidade de São Paulo, é comum
que a congestão nasal e outros sintomas atrapalhem até o sono. “Aí, sem
dormir direito, a pessoa não consegue se concentrar na escola ou no
trabalho”, observa.
O antídoto contra essas chateações é simples, mas exige
compromisso na agenda: a lavagem diária. Uma revisão de trabalhos
científicos realizada por médicos do Hospital Municipal de Karlsruhe e
da Universidade de Colônia, na Alemanha, constatou que a limpeza da
cavidade nasal minimiza as manifestações da rinite, aumenta a qualidade
de vida e permite diminuir em cerca de 60% a necessidade de remédios
mais fortes.“Ela melhora os mecanismo de defesa do nariz, hidrata a mucosa e torna mais fluida a secreção produzida em excesso em resposta aos agentes alérgenos”, explica Talita Poli Biason, gerente médica da unidade de medicamentos isentos de prescrição do Laboratório Aché. Só que, para colher todos esses benefícios, o recomendado é recorrer ao procedimento pelo menos duas vezes ao dias – e todo santo dia. Isso mesmo quando o nariz está numa boa. Afinal, a lavagem é um método preventivo. Ainda assim, se a crise se instalar, a tática pode ser aplicada à vontade, porque otimiza a recuperação e não apresenta riscos à saúde.
A solução salina de que tanto falamos tem como ingrediente o cloreto de sódio a 0,9%. É a base do soro fisiológico e de produtos específicos para o nariz, sendo que alguns deles contam com a adição de um conservante. Essa porcentagem na fórmula indica que a solução é isotônica, ou seja, não há possibilidade de ela desidratar a mucosa nasal. Os produtos são facilmente encontrados em farmácias, mas vale ter em mente que certos indivíduos podem ser sensíveis ao conservante no líquido.
Também é preciso ficara tento para não confundir soluções salinas com medicamentosas, que possuem corticoides, por exemplo. “Esse tipo de tratamento está mais moderno e hoje oferece pouco risco, mas só deve ser usado com orientações médica”, avisa o otorrino Fabrizio Romano, membro da diretoria da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial. Já alguns descongestionantes, à base de substâncias vasoconstritoras, até aliviam a jato, só que podem viciar e não eliminam a rinite.
Agora, pensando em lavagem mesmo, não funcionaria juntar água filtrada e sal por conta própria numa receita caseira? Essa é uma questão que divide opiniões. Poder fazer em casa até pode. Porém, existe o risco de errar a mão na quantidade ou contaminar os ingredientes, o que irritará ainda mais as narinas. “O problema é que as pessoas têm dificuldade para entender medidas, e isso pode comprometer o efeito da solução”, nota Mello.
Outra opção que aparece na farmácia é o irrigador nasal, apetrecho de plástico ou cerâmica cujo formato lembra uma lâmpada de gênio. Essa ferramenta, por assim dizer, envolve um processo mais complexo que a lavagem em si, uma vez que a solução salina chega até os seios da face. “Ela é mais recomendada para quem tem sinusite crônica. Sem indicação médica, pode ser uma técnica agressiva”, explica Talita. Por falar no especialista, a rinite alérgica pede acompanhamento inclusive para identificar o gatilho das crises e traçar o melhor plano terapêutico. Saiba, no entanto, que o paciente sairá do consultório com uma tarefa diária a cumprir: lavar o nariz.
Fonte: Revista saúde
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