terça-feira, 24 de novembro de 2015

A verdade sobre os óleos

Canola, milho, girassol, soja, palma, coco e azeite de oliva. Que tal desfazer certos mitos e aprender a usá-los da melhor maneira possível?

A verdade sobre os óleos

Canola
Esqueça o burburinho de que esse óleo é uma fraude porque não existe uma planta chamada canola. De fato, ela foi criada artificialmente a partir de outra matéria-prima vegetal. Daí a dizer que faz mal são outros quinhentos. “A história começou com a busca de um óleo rico em ômega-3, para o qual foi utilizada uma planta, a colza”, contextualizada o endocrinologista Bruno Halpern, da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica. A questão é que a tal da colza tem ácio erúcico. “E ele é tóxico”, diz o químico Renato Grimaldi, da Universidade Estadual de Campinas, a Unicamp. Para eliminá-lo, houve uma modificação genética e, aí, a composição da nova planta (batizada de canola) ficou positiva: cheia de ômega-3, gordura protetora do peito, e quantidades irrisórias do ácido erúcico. Só que o fato de ser um grão transgênico ainda assusta muita gente. “Se fosse perigoso, não teria a aprovação de vários órgãos internacionais nem estaria no mercado há anos”, tranquiliza Grimaldi.

Coco
Ainda que o óleo esbanje gordura saturada, essa é de cadeia média. Isso faria, segundo os defensores do produto, toda a diferença. É que, em tese, ela seria absorvida mais rapidamente pelo corpo e ajudaria a emagrecer. Mas uma pesquisa feita na Universidade Federal do Rio de janeiro em parceria com o Instituto Nacional de Cardiologia (INC) revela que, na prática, as coisas não são bem assim. Durante três meses, 113 pacientes com doença cardíaca receberam 13 mililitros (cerca de uma colher de sopa) de óleo de coco. Ao final do experimento, a circunferência abdominal deles diminui discretamente. Já o colesterol bom, o HDL, subiu um pouquinho. Excelente não? “O problema é que o colesterol ruim, o LDL, também aumentou”, relata a nutricionista Annie Bello, uma das orientadoras do trabalho. “Não é que esse óleo seja ruim, mas também não faz milagres. Pode, inclusive, acarretar prejuízos”, completa. O nutricionista Dennys Cintra, professor da Unicamp, dá outro alerta: o ingrediente pode ativar, lá para as bandas do intestino, um processo inflamatório que traria danos em longo prazo. “Por isso, não recomendo tomá-lo de colher ou em forma de cápsula. O ideal seria usar às vezes, em receitar”, instrui.


Milho
Segundo a nutricionista Gisele Raymundo, da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), ele é rico em vitamina E, um superantioxidante – significa que combate radicais livres capazes de danificar as células. Além disso, concentra fitosteróis, substâncias que auxiliam na redução do colesterol. Inclusive, em uma pesquisa Provident Clinical Research, nos Estados Unidos, o óleo de milho foi mais eficiente do que o azeite de oliva nessa quesito. “Só é preciso ter em mente que o trabalho foi patrocinado por uma empresa produtora de óleo de milho”, ressalva Gisele. Tem mais um motivo para ficar esperto. Cintra lembra que o produto tem muito mais ômega-6 do que 3. “O desequilíbrio dos ômegas pode predispor à inflamação e ameaçar as artérias”, afirma.


Girassol
Sua situação é parecida com a do óleo de milho: o girassol é abastecido principalmente de ômega-6. Em doses modestas, essa gordura poli-insaturadas só faz bem. A questão é que, atualmente, exageramos nela e esquecemos o ômega-3. E há indícios de que tal desproporção elevaria o risco de placas se formarem nos vasos sanguíneos. Para evitar isso, recomenda-se que o óleo de girassol não seja a estrela da cozinha. “Na verdade, em vez de eleger um único tipo, o ideal seria variar as opções”, diz a nutricionista Cibele Gonsalves, diretora cientifica do Departamento de Nutrição da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp).


Soja
É o óleo campeão de consumo no Brasil – compreensível, já que estamos entre os maiores produtores mundiais dessa leguminosa. De acordo com Cintra, da Unicamp, ele merece outro título: “É um dos mais saudáveis, devido ao equilíbrio entre os ômegas 3 e 6”. Sorte que sua compra não pesa tanto no bolso do consumir. Uma embalagem de quase 1 litro custa cerca de 3 reais. Mas atenção: esses predicados não autorizam exageros (dele e de nenhum outro). “Para uma família de quatro pessoas que faz as refeições em casa, 1 litro de óleo deveria durar o mês inteiro”, calcula Annie Bello, do INC.


Palma
A maior parte desse óleo, também conhecido como azeite de dendê, é formada por gordura saturada. “Ela é menos vulnerável à oxidação. Por isso, o óleo de palma é o mais usado na fritura industrial”, conta a farmacêutica Renata Basso, professora do Centro Universitário São Camilo, na capital paulista. Hora de colocar os pingos nos is: ser mais estável não é sinônimo de vantagens à saúde. Só quer dizer que esse óleo aguenta altíssimas temperaturas e pode ser utilizado repetidas vezes, sem mudanças de sabor e cheiro – características essenciais para a índustria de alimentos. No que diz respeito ao organismo, o tantão de gordura saturada pode colocar o coração na corda bamba.


Azeite
“Sou fã dele”, admite a nutricionista Cibele, da Socesp. Ela lista as razões: “O azeite tem bastante gordura monoinsaturadas e pouca saturadas, o que favorece o controle do colesterol. Além disso apresenta polifenóis, que são potentes antioxidantes”. Mas tem um rumor que vira e mexe atormenta quem aprecia esse óleo: o de que ele não deve ir ao fogo porque sua gordura deixaria de ser boa. “Só que isso não acontece”, assegura Grimaldi, da Unicamp. Na realidade, alguns dos seus elementos proveitosos, como os próprios polifenóis, são degradados em altas temperaturas. “Logo, esquentar o azeite é um desperdício”, conclui o químico. Aliás, essa questão da quentura rende pano para a manga. É que, com exceção do óleo de palma, os demais são sensíveis à oxidação. E, por isso, deixá-los no fogo pode gerar, fora um sabor rançoso, componentes potencialmente perigosos – a exemplo dos aldeídos, associados a danos nas artérias. “Mas, em casa, dificilmente esses óleos ficam sob altíssimas temperaturas por um tempo tão longo e capaz de formar um monte dessas substâncias”, acalma Renata. 


Fonte: Revista saúde

terça-feira, 17 de novembro de 2015

7 coisas que você precisa saber sobre herpes

Mulher boca herpes
Houve avanços importantes no controle desse vírus que adora dar as caras no calo.
 
 
Verão é tempo de sol, praia, piscina... e aumento nas crises de herpes labial. A exposição solar reduz a imunidade da pele. Então, o vírus do herpes, encontrado em 90% da população, pode partir para o ataque. O lábio começa a formigar, coçar, depois é tomado por vesículas (bolhinhas cheias de líquido), que se rompem criando feridas. Além de arderem, abalam a autoestima: todo mundo repara, não tem como esconder. O tratamento se limitava a reduzir a duração das crises. Depois que os cientistas descobriram como se dá o ataque, surgiram estratégias mais eficazes de prevenção e meios de identificar quem está mais sujeito a episódios graves e muito repetitivos – 10% da população têm até seis por ano, o que é um tormento! A seguir, outras informações sobre herpes que você precisa conhecer.

1. Não é uma infecção bobinha

O herpes é altamente contagioso. Transmitido pelo beijo ou contato com saliva de quem está com o vírus ativo, na maioria das vezes produz sintomas restritos aos lábios, mas pode se alastrar, atingindo os olhos, o nariz, a boca e outras regiões da face, avisa o dermatologista Walmar Roncalli de Oliveira, professor da Faculdade de Medicina da USP. Os quadros mais extensos e graves ocorrem em pessoas com imunidade baixa. 

2. Pode haver predisposição genética

Estudos recentes mostram que não se trata apenas de uma doença infecciosa; a resposta ao vírus também decorre de sensibilidade relacionada ao gene MBL, situado no cromossomo 10, que pode vir em 10 formas diferentes. “Quem herda a forma 2 é mais vulnerável a surtos graves e frequentes, o que pode ser detectado por um teste genético”, afirma o dermatologista Omar Lupi, da Academia Nacional de Medicina.

3. A primeira crise costuma ser mais grave

Em 72% dos casos, o contato com o vírus se dá antes dos 20 anos de idade. Na primeira vez, como o sistema de defesa interno não o reconhece, os estragos são maiores: “surgem aftas na boca e na faringe, que impedem o paciente de se alimentar, gânglios inchados, dor de cabeça, febre e mal-estar geral”, explica Lupi. As crises posteriores em geral são mais brandas. Em torno de 40% dos portadores manifestam sintomas.

4. Os medicamentos não matam o vírus

Eles impedem a sua replicação, isto é, que continue produzindo cópias de si mesmo e infectando os tecidos. O primeiro foi o aciclovir, sintetizado em 1974; depois vieram derivados, como o valaciclovir e o fanciclovir, com menos efeitos colaterais e custo mais alto. Os três são administrados por via oral e, nos casos mais graves, endovenosa, para abreviar a crise e reduzir sua intensidade. As pomadas à base dessas substâncias não têm a mesma ação, apenas evitam que o vírus se dissemine para outras regiões. Debelado o surto, ele fica inativo até uma nova queda na imunidade, que nem precisa ser de grandes proporções. Gripe, diarreia, estresse físico ou psicológico, cansaço, exposição solar e tratamentos dentários podem desencadear o ataque. Muitas mulheres sofrem com herpes na TPM.

5. Tratar por conta própria é um perigo

Cerca de 80% das pessoas praticam a automedicação, segundo pesquisa que ouviu 100 brasileiros, divulgada em setembro. O achado preocupa porque o uso indiscriminado está tornando o vírus resistente aos medicamentos. “Em geral as pessoas usam sem critério, numa dose insuficiente e por tempo menor do que o necessário”, informa Lupi.

6. Dá para prevenir

Antes, a orientação era usar protetor solar labial e cuidar bem da saúde para manter a resistência em dia e o vírus inativo. Até que foram resgatados estudos da década de 1950 sobre a lisina, um aminoácido essencial (não é produzido pelo corpo, deve ser fornecido pela dieta). “Ela consegue entrar na célula infectada e inibir a replicação do vírus, portanto previne crises”, explica Oliveira. Novos trabalhos encontraram resultado tão promissor (diminuição da frequência dos surtos em 84% dos casos) que os dermatologistas começaram a receitar a lisina manipulada. Até o lançamento do primeiro medicamento à base dela, apresentado aos dermatologistas em setembro.

7. A dieta pode fazer diferença

Os cientistas descobriram que enquanto a lisina dificulta o ataque, outro aminoácido favorece a agressão, a arginina. Portanto, para se proteger contra o herpes ponha na mesa mais alimentos ricos em lisina (carne vermelha, peixe, frango, laticínios, levedo de cerveja) e restrinja as fontes de arginina (chocolate, amendoim, castanha, pistache, abacaxi).

Fonte: Revista saúde
 

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Tem que lavar o nariz

Tem que lavar o narizLançar mão de soluções salinas é regra básica para controlar a rinite alérgica. Mas não adianta fazer isso só durante as crises.
 
 
Para quem convive com espirros, coriza e sensação de nariz entupido, dar um banho nas fossas nasais é tão importante quanto escovar os dentes. Achou exagerado? Não é, não. Adotar soluções salinas para higienizar o nariz faz toda a diferença no contra-ataque à rinite alérgica, inflamação da mucosa nasal desencadeada por elementos como ácaro e que chegar a abalar a produtividade no dia a dia. Segundo João Ferreira de Mello Júnior, professor de otorrinolaringologia da Universidade de São Paulo, é comum que a congestão nasal e outros sintomas atrapalhem até o sono. “Aí, sem dormir direito, a pessoa não consegue se concentrar na escola ou no trabalho”, observa.
O antídoto contra essas chateações é simples, mas exige compromisso na agenda: a lavagem diária. Uma revisão de trabalhos científicos realizada por médicos do Hospital Municipal de Karlsruhe e da Universidade de Colônia, na Alemanha, constatou que a limpeza da cavidade nasal minimiza as manifestações da rinite, aumenta a qualidade de vida e permite diminuir em cerca de 60% a necessidade de remédios mais fortes.

“Ela melhora os mecanismo de defesa do nariz, hidrata a mucosa e torna mais fluida a secreção produzida em excesso em resposta aos agentes alérgenos”, explica Talita Poli Biason, gerente médica da unidade de medicamentos isentos de prescrição do Laboratório Aché. Só que, para colher todos esses benefícios, o recomendado é recorrer ao procedimento pelo menos duas vezes ao dias – e todo santo dia. Isso mesmo quando o nariz está numa boa. Afinal, a lavagem é um método preventivo. Ainda assim, se a crise se instalar, a tática pode ser aplicada à vontade, porque otimiza a recuperação e não apresenta riscos à saúde.

A solução salina de que tanto falamos tem como ingrediente o cloreto de sódio a 0,9%. É a base do soro fisiológico e de produtos específicos para o nariz, sendo que alguns deles contam com a adição de um conservante. Essa porcentagem na fórmula indica que a solução é isotônica, ou seja, não há possibilidade de ela desidratar a mucosa nasal. Os produtos são facilmente encontrados em farmácias, mas vale ter em mente que certos indivíduos podem ser sensíveis ao conservante no líquido. 

Também é preciso ficara tento para não confundir soluções salinas com medicamentosas, que possuem corticoides, por exemplo. “Esse tipo de tratamento está mais moderno e hoje oferece pouco risco, mas só deve ser usado com orientações médica”, avisa o otorrino Fabrizio Romano, membro da diretoria da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial. Já alguns descongestionantes, à base de substâncias vasoconstritoras, até aliviam a jato, só que podem viciar e não eliminam a rinite.

Agora, pensando em lavagem mesmo, não funcionaria juntar água filtrada e sal por conta própria numa receita caseira? Essa é uma questão que divide opiniões. Poder fazer em casa até pode. Porém, existe o risco de errar a mão na quantidade ou contaminar os ingredientes, o que irritará ainda mais as narinas. “O problema é que as pessoas têm dificuldade para entender medidas, e isso pode comprometer o efeito da solução”, nota Mello.

Outra opção que aparece na farmácia é o irrigador nasal, apetrecho de plástico ou cerâmica cujo formato lembra uma lâmpada de gênio. Essa ferramenta, por assim dizer, envolve um processo mais complexo que a lavagem em si, uma vez que a solução salina chega até os seios da face. “Ela é mais recomendada para quem tem sinusite crônica. Sem indicação médica, pode ser uma técnica agressiva”, explica Talita. Por falar no especialista, a rinite alérgica pede acompanhamento inclusive para identificar o gatilho das crises e traçar o melhor plano terapêutico. Saiba, no entanto, que o paciente sairá do consultório com uma tarefa diária a cumprir: lavar o nariz.

Fonte: Revista saúde
 

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Proteínas que baixam a pressão

Proteínas que baixam a pressãoCientistas descobrem que alimentos ricos em certos aminoácidos (as moléculas que formam as proteínas) podem ser parceiros das artérias.
 
O achado vem da Universidade East Anglia, no Reino Unido, onde cerca de 2 mil mulheres foram acompanhadas. "Encontramos fortes evidências de que aquelas que consumiam quantidades mais elevadas de sete aminoácidos específicos exibiam menores níveis de pressão arterial e rigidez dos vasos", conta a professora de nutrição Aeden Cassidy, principal autora da pesquisa. Segundo ela, essas partículas ajudam a liberar óxido nítrico, substância que dilata as artérias, facilitando o fluxo sanguíneo. 
Outra revelação interessante é que a origem desses aminoácidos parece modular sua atuação no sistema circulatório. Quando eles vêm de vegetais, o resultado é menor pressão nos vasos. Se forem provenientes de animais, deixam as artérias mais flexíveis. 
Mas e a carne? Apesar de abastecida de proteína, ela sempre é citada como inimiga do peito por causa da gordura. E aí? "O ideal é preferir os cortes magros", orienta Aeden. Ela ainda lembra que os tais aminoácidos podem vir de outros alimentos.

Onde estão os aminoácidos do bem:

Nos vegetais
As sete moléculas estudadas pelos britânicos (arginina, cisteína, ácido glutâmico, glicina, histidina, leucina e tirosina) estão em alimentos como feijão, arroz integral, abacate e amêndoas.


Nos animais
Três desses aminoácidos analisados - ácido glutâmico, leucina e tirosina - também podem ser incorporados à dieta por meio de carne vermelha, pescados e lácteos.


Fonte: Revista saúde