sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Criança que usa protetor tem menor risco de câncer de pele na fase adulta

protetor solar para bebeMesmo que não seja dia de praia nem piscina, os pequenos precisam passar filtro solar para evitar tumores.


Você já deve estar cansado de ouvir sobre a importância de aplicar protetor solardiariamente para evitar um câncer de pele. Mas já parou para pensar que isso também inclui a criançada? Pois um estudo associa o hábito na infância a um risco até 40% menor de desenvolver melanoma (um tumor de pele especialmente agressivo) na fase adulta.
Os achados, divulgados no respeitado Jama Dermatology, são de pesquisadores da Universidade de Sydney, na Austrália, país em que esse tipo de câncer de pele é o mais comum entre homens de 25 a 49 anos e o segundo mais frequente nas mulheres da mesma faixa etária.
Para realizar o trabalho, os cientistas levaram em conta os dados de aproximadamente 1 700 pessoas, incluindo uma parcela diagnosticada com essa enfermidade.
“Nosso estudo mostra que o uso do filtro na infância e idade adulta protegeu os indivíduos de 18 a 40 anos contra o melanoma, sendo que o risco de ter a doença foi de 35 a 40% menor em relação a quem raramente passava o produto”, comentou a epidemiologista Anne Cust, uma das autoras do levantamento, ao portal da universidade.
De acordo com a dermatologista Claudia Marçal, de Campinas, no interior paulista, não. “A pele deles é fininha. Logo, a epiderme e a derme acabam sendo estruturas de alta absorção de substâncias químicas”, diz. Em outras palavras, compostos presentes no filtro poderiam provocar danos no organismo do pequeno.

Aliás, as crianças nem deveriam ser expostas diretamente aos raios ultravioleta antes dos 6 meses de idade. O banho solar permitido é aquele bem de manhã e que ocorre rapidinho – durante 20 minutos, no máximo. Essa é a orientação dos pediatras para estimular a formação óssea.
“E quando vão à praia, esses bebês precisam ficar longe do sol”, reitera Claudia.
Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, a melhor opção para blindá-los contra a radiação solar é apostar nos chamados protetores mecânicos, isto é, sombrinha, guarda-sol, boné e roupas. E ficar na sombra, claro.

E depois dos 6 meses?

Nesse caso, já pode usar o protetor. Mas, até os 2 anos de idade, a pedida certa é um fotoprotetor tópico físico – aquele mais viscoso e difícil de espalhar.
Esse tipo se deposita na camada mais superficial da pele e funciona como uma barreira de tijolos, refletindo as radiações – assim, não penetra no corpo. Eles são conhecidos por terem menos substâncias químicas potencialmente nocivas. De acordo com Claudia, o FPS deve ser acima de 30 e com uma proteção UVA balanceada.
Acima dos 2 aninhos já é possível utilizar o mesmo produto que os pais.
Nos dois casos, a aplicação deve ser realizada 20 minutos antes da exposição solar. “Temos que ficar atentos às crianças. Afinal, 80% dos danos à pele provocados pelo sol ocorrem antes dos 18 anos”, reforça Claudia. Por isso, protetor o ano inteiro!

Fonte: Revista saúde

terça-feira, 6 de novembro de 2018

Problemas psiquiátricos podem ser sinais precoces do Alzheimer

Estudo indica que males como ansiedade e depressão não seriam fatores de risco para a doença, mas seus sintomas iniciais


mal de alzheimer sinais e sintomas
Alguns problemas psiquiátricos, como depressão e ansiedade, já foram associados ao Alzheimer – uma doença que apaga as memórias e afeta cerca de 1,2 milhão de pessoas no Brasil. Eis que um estudo da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, agora aponta esses transtornos que abalam o bem-estar mental como sintomas iniciais da demência (e não como fatores de risco para ela).
Como os cientistas americanos chegaram a essa conclusão? Eles, antes de tudo, pediram uma ajuda a companheiros brasileiros do Biobanco de Estudos do Envelhecimento da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). Nesse local são armazenados tecidos cerebrais coletados em autópsias, bem como os resultados de exames feitos com eles.
A partir daí, os experts selecionaram amostras de 455 pessoas que morreram com mais de 50 anos, entre 2004 e 2014. Alguns dos cérebros incluídos no experimento possuíam sinais claros da presença de Alzheimer – como a presença de moléculas conhecidas como TAU e beta-amiloide –, enquanto outros estavam livres de qualquer degeneração.
Para completar, eles utilizaram informações fornecidas pelos familiares e cuidadores sobre o estado cognitivo dos pacientes enquanto estavam vivos. E, também, sobre a eventual presença de distúrbios psiquiátricos.
Cruzando os dados a partir de métodos científicos, a equipe da Universidade da Califórnia revelou que concentrações da molécula TAU no cérebro foram vinculadas a traços de ansiedade, agitação, depressão, perturbações do sono e alterações de apetite. Detalhe: em muitos casos, o indivíduo já sofria com esses comportamentos alterados, mas não com a perda de memória ou os déficits cognitivos, tidos como manifestações clássicas do Alzheimer.
“Isso sugere que algumas pessoas com sintomas neuropsiquiátricos não correm o risco de desenvolver Alzheimer – elas já a têm”, diferencia a neurologista Lea Grinberg, líder do estudo, em comunicado à imprensa.
Para reforçar: a ansiedade, a tristeza e por aí vai não indicariam que um indivíduo corre um maior risco de ter Alzheimer. Esses distúrbios seriam um aviso de que os neurônios já estão padecendo com a demência em questão.
Claro que tais achados precisam ser confirmados por outras investigações científicas. Contudo, a ideia dos pesquisadores é que a descoberta passe a ser levada em consideração – ao lado da avaliação médica tradicional e de exames cerebrais e de sangue – para facilitar o diagnóstico do Alzheimer em estágio inicial.
“Se pudéssemos usar esse novo conhecimento para encontrar uma maneira de reduzir o peso dessas condições em adultos idosos, seria absolutamente fantástico”, conclui a neurologista.
Fonte: Revista saúde